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Europa

Imprensa francesa vê candidatura de Strauss-Kahn como acabada

16 mai 2011 - 05h54
(atualizado às 06h08)
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Os jornais franceses consideram acabada a corrida à Presidência do país do diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, após sua detenção por suposta agressão sexual nos Estados Unidos, enquanto a classe política pede prudência. "DSK out" é a manchete do jornal Libération, que em seu editorial diz que "a acusação a Strauss-Kahn abre uma brecha que afeta toda a classe política, a esquerda em plenário coração". "Os socialistas perdem o único candidato que tinha (...) o favor das pesquisas", assegura o jornal, que considerava o diretor do FMI o líder de uma corrente que tinha gerado esperança entre os franceses e que "cai antes do início da campanha".

"Dominique Strauss-Kahn sabia que ele era seu inimigo mais perigoso", diz o Libération, assegurando que sem sua presença deixa "um campo de ruínas" no Partido Socialista (PS) que, "mais do que nunca, precisa das primárias".

O conservador Le Figaro faz um perfil da "grandeza e decadência de um favorito", em relação ao homem que liderava todas as pesquisas nas presidenciais do próximo ano muito à frente do atual presidente, Nicolas Sarkozy. O periódico assinala que seu desafio perante os tribunais americanos é "mais difícil de superar do que uma campanha eleitoral", porque os juízes serão "um público muito mais distorcido do que os eleitores franceses, que pareciam prontos para recebê-lo com tapete vermelho".

Para Le Figaro, "uma eventual eliminação de Strauss-Kahn não é na verdade uma boa notícia para Sarkozy", porque no ambiente do presidente o consideravam um rival menos perigoso que François Hollande.

"Freada forte", titula o popular Le Parisien, que diz que o retorno de Strauss-Kahn à política francesa "parece comprometido", por isso que analisa as opções dos outros concorrentes às primárias do Partido Socialista.

A maioria dos jornais acredita agora que o ex-líder do partido François Hollande aparece como o melhor situado para ser o candidato à Presidência. Entre a classe política há prudência na hora de qualificar o assunto, embora os adversários dos socialistas destaquem o dano que representa este assunto para a imagem da França no mundo. "Há um princípio de presunção de inocência que deve ser respeitado, sobretudo, em um caso tão grave", indicou na rádio Europe 1 o patrono do partido conservador UMP, antes de acrescentar que "é preciso pensar também na imagem da França".

O líder ecologista, Cécile Duflot, por sua vez, pediu na emissora BFM que se respeite a presunção de inocência, mas "também que se leve em conta a justiça para a jovem que apresenta uma denúncia por fatos tão graves".

Primeiras páginas de jornais franceses e mundiais destacam detenção de diretor do FMI
Primeiras páginas de jornais franceses e mundiais destacam detenção de diretor do FMI
Foto: AFP
EFE   
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