Netanyahu afirma que Israel vai defender suas fronteiras
15 mai2011 - 16h21
(atualizado às 16h34)
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O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, advertiu neste domingo que Israel está determinado a defender suas fronteiras, após os sangrentos incidentes nas fronteiras com Síria e Líbano durante as manifestações pela Nakba palestina, que deixaram 15 mortos.
"Dei ordem ao Exército para atuar com a maior prudência possível, mas também impedir que nossas fronteiras sejam forçadas", afirmou Netanyahu em uma declaração transmitida pela imprensa. Em um breve discurso, Netanyahu disse que as manifestações "não afetarão as fronteiras de 1967", em referência à Cisjordânia, Faixa de Gaza, Jerusalém Oriental e Golã, conquistados por Israel durante a Guerra dos Seis dias, de junho de 1967 e principais focos dos protestos.
As manifestações palestinas em virtude do Nakba (catástrofe) - que remete à expulsão dos palestinos da região que deu origem ao Estado de Israel - geraram uma grande onda de violência neste domingo, deixando ao menos 15 mortos e centenas de feridos.
Os incidentes mais graves ocorreram nas zonas fronteiriças de Síria e Líbano. O Exército israelense disparou contra manifestantes palestinos vindos da Síria que haviam penetrado em Golã, segundo fontes dos serviços de segurança do Estado hebreu.
Dois manifestantes morreram e quatro ficaram gravemente feridos, informaram fontes médicas. Trata-se de um dos incidentes fronteiriços mais graves entre ambos os países desde a guerra árabe-israelense de 1973. O Exército israelense acusou o regime sírio de haver "organizado esta manifestação violenta para tentar desviar a opinião pública mundial do que acontece no país.
Na fronteira com o Líbano, na região de Marun ar Ras, forças israelenses abriram fogo quando dezenas de manifestantes cruzaram o cordão de isolamento montado pelo do Exército libanês e começaram a lançar pedras contra o território de Israel. Unidades do Exército isralense foram colocadas em alerta máximo e em coordenação total com as Forças das Nações Unidas (posicionadas no sul do Líbano), informou a imprensa local.
MO
A Nakba representa o êxodo de 760 mil palestinos em 1948, o que deu início a questão dos refugiados, que atualmente chegam a 4,8 milhões, que estão espalhados principalmente entre Jordânia, Síria, Líbanos e nos territórios palestinos.
Cidadãos sírios exibem bandeiras palestinas próximo a uma estátua na vila drusa de Majdal Shams, nas Colinas de Golã
Foto: Nir Elias / Reuters
Soldados israelenses montam guarda enquanto manifestantes Sírios se aproximam da fronteira entre Síria e Israel próximo a Majdal Shams, nas Colinas de Golã
Foto: Avihu Shapira / Reuters
Na fronteira entre Síria e Israel, próximo à vila drusa de Majdal Shams, nas Colinas de Golã, manifestantes sírios atiram pedras em soldados israelenses
Foto: Avihu Shapira / Reuters
Em manifesto para marcar a "Nakba", quando cerca de 700 mil palestinos foram expulsos de suas casas para a fundação de Israel em 1948, palestinos protestam próximo à Passagem de Erez, entre Israel e a Faixa de Gaza
Foto: Suhaib Salem / Reuters
Um membro da segurança do Hamas impede alguns manifestantes de alcançar a Passagem de Erez, entre Israel e a Faixa de Gaza
Foto: Suhaib Salem / Reuters
Palestinos carregam um manifestante ferido a tiros pela polícia israelense, que faz a guarda da fronteira. Cerca de 45 manifestantes foram feridos pelos disparos
Foto: Suhaib Salem / Reuters
Segundo a rádio militar israelense, os soldados receberam ordens estritas para proibir a entrada no território de Israel, e atiraram primeiro para o alto e depois nas pernas dos manifestantes
Foto: Suhaib Salem / Reuters
Soldados israelenses e a polícia de fronteira detêm manifestante palestino durante confrontos que marcaram a "Nakba" na Vila de Wallaje, próximo a Belém
Foto: Ammar Awad / Reuters
Policiais israelenses detêm manifestante palestino suspeito de atirar pedras contra a polícia durante confronto na Jerusalém oriental, em Issawiya
Foto: Baz Ratner / Reuters
No dia anterior à "Nakba", soldados israelenses acompanhavam um confronto entre manifestantes palestinos que atiravam pedras e forças militares de Israel em Qalandiya, próximo a Ramala, sede do Governo da Autoridade Nacional Palestina (ANP)
Foto: Mohamad Torokman / Reuters
O clima foi tenso no sábado na Jerusalém oriental, onde palestinos prepararam para o domingo o luto à criação de Israel, em 1948
Foto: Ammar Awad / Reuters
Uma multidão carregou o corpo de Milad Ayyash, um adolescente palestino morto a tiros em protesto em Jerusalém
Foto: Ammar Awad / Reuters
Manifestante palestino foge de zona de conflito em Ramallah
Foto: Reuters
Ferido, palestino se protege de tiros durante a manifestação
Foto: Reuters
Manifestante ameaça soldados israelenses com pedras na fronteira entre Líbano e Israel
Foto: Reuters
Policial israelense detêm manifestante palestino durante confrontos no campo de refugiados de Shuafat, na Cisjordânia
Foto: Reuters
Policiais israelenses detêm manifestante em meio aos confrontos
Foto: Reuters
Foto: Terra
Soldados israelenses consertam a cerca na fronteira com a Síria, em Majdal Shams, nas Colinas de Golã
Foto: Reuters
Militares israelenses fazem guarda na fronteira com a Síria, no vilarejo de Majdal Shams
Foto: Reuters
Homens atiram para o alto no enterro de um libanês morto nos conflitos, em Ain el-Helweh, no Líbano
Foto: AFP
Palestinos carregam um "caixão" durante enterro simbólico para lembrar as vítimas, em Ramallah, na Cisjordânia