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Oriente Médio

Ahmadinejad destitui 3 ministros e aumenta crise política no Irã

14 mai 2011 - 11h45
(atualizado às 12h13)
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O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, complicou ainda mais a crise política que atinge o país e a batalha que trava com o Parlamento ao destituir neste sábado três ministros, entre eles o titular da estratégica pasta de Petróleo, Masoud Mirkazemi. Segundo a imprensa estatal iraniana, além de Mirkazemi, foram também foram destituídos os ministros Ali Akbar Mehrabian (Indústria e Minas) e Sadegh Mahsouli (Bem-Estar e Assuntos Sociais).

Os três receberam uma carta da Presidência que explica que sua destituição se deve à aplicação das diretrizes do quinto plano de reforma econômica quinquenal, iniciado em 2010. Em um dos capítulos do plano, pede-se ao governo que reduza o número de ministérios - atualmente são 21 - por meio da união de diversas pastas. Nesta mesma semana, o Parlamento advertiu a Ahmadinejad que, embora esse plano tenha sido aprovado, o líder deve consultar previamente o Legislativo para aplicá-lo. A decisão surpreende também porque os três ex-ministros são considerados aliados próximos do líder.

Aumentam assim as disputas de Ahmadinejad com o Parlamento, já que ocorre no momento em que o Legislativo ainda discute a proposta de unificar em um os ministérios de Energia e Petróleo, por um lado, e os ministérios do Trabalho e Bem-Estar e Assuntos Sociais, por outro.

A nova cessação ocorre apenas um mês depois que Ahmadinejad travou um duelo político o líder supremo da Revolução Islâmica, o aiatolá Ali Khamenei, por causa da destituição do ministro de Inteligência, Heydar Moslehi, tornando pública uma crise que parece ameaçar os pilares do sistema teocrático. Nas duas semanas seguintes, o líder desapareceu da cena pública, inclusive de duas reuniões do Conselho de Ministros, instigando rumores de que poderia ser obrigado a renunciar. Após nove dias de desafio, Ahmadinejad cedeu às pressões da cúpula clerical e dos grupos conservadores, e retornou à arena política.

EFE   
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