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Estados Unidos

Obama: EUA têm chance de desferir golpe fatal na Al-Qaeda

8 mai 2011 - 20h15
(atualizado às 23h27)
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O presidente Barack Obama afirmou que os Estados Unidos têm a oportunidade de desferir um "golpe fatal" na Al-Qaeda após a morte de seu líder, Osama bin Laden, e a apreensão de informações na casa onde o terrorista se escondia, no Paquistão.

Obama afirmou em uma entrevista transmitida neste domingo ao programa 60 Minutes, da rede CBS, que as informações estão sendo extraídas de computadores, discos rígidos e dispositivos de armazenamento coletados na casa do líder da Al-Qaeda.

"Isto não significa que vamos derrotar o terrorismo", afirmou. "Isto não significa que a Al-Qaeda não tenha se espalhado para outras partes do mundo onde temos que, vocês sabem, realizar operações". "Mas isto significa que temos uma chance, eu acho, de realmente desferir um golpe fatal nesta organização, se seguirmos agressivamente nos próximos meses".

O presidente americano, que assistiu da Situation Room da Casa Branca ao ataque contra o esconderijo de Bin Laden, afirmou que vai "demorar algum tempo" para explorar os dados encontrados. "Estamos, obviamente, colocando tudo o que temos em análises e avaliando todas as informações", disse Obama. "Mas prevemos que podem nos levar a outros terroristas que estamos procurando há um longo tempo, outros alvos de grande valor".

As autoridades americanas podem aprender potencialmente sobre conspirações já existentes, como a Al-Qaeda operava e seus métodos de comunicação, explicou o presidente. "E agora temos a oportunidade, ainda não terminamos, mas temos a oportunidade, eu acho, de realmente e finalmente derrotar - pelo menos a Al-Qaeda na região fronteiriça entre o Paquistão e o Afeganistão".

Obama ainda elogiou os integrantes do Seal, da Marinha, comando que realizou a operação. "É um breu completo, eles estão tirando paredes, portas falsas, recebendo tiros, eles mataram Bin Laden, e ainda tiveram a presença de espírito de reunir um monte de material de Bin Laden, que será um tesouro de informações", afirmou.

Obama começou a entrevista afirmando a importância da operação. "Bin laden não foi apenas um símbolo do terrorismo, mas um assassino em massa que fugiu da Justiça por muito tempo", disse. O presidente americano afirmou que recebeu a informação de que Bin Laden poderia estar na casa no Paquistão em agosto de 2010 e, na época, acreditaria que estava "na hora de começar a planejar algo". Somente no início deste ano, o planejamento para o ataque começou.

Sobre o fato do terrorista estar em uma casa em um bairro residencial, e não em uma caverna como muitos acreditavam, Obama disse que, ironicamente, achava "que a imagem que Bin Laden havia tentado passar é que ele era um asceta, vivendo em uma caverna. Esse cara estava vivendo em um complexo de milhões de dólares em um bairro residencial".

Para o presidente americano, havia muitas preocupações, como política internacional, na ação, mas o mais importante, era a segurança dos soldados. "Minha maior preocupação era: se eu mando aqueles caras (os soldados) lá e a Lei de Murphy entra em ação e alguma coisa acontece, nós poderemos tirar nossos caras de lá? Essa era (a preocupação) número um".

Perguntado se falhas do passado, como as duas tentativas de resgate de 52 reféns na embaixada americana no Irã em 1980, preocuparam Obama antes dele tomar a decisão, o presidente americano disse que sim. "E, você sabe, eu sou muito sensível à situação de outros presidentes onde você toma uma decisão, você estava dando seu melhor tiro, e algo dá errado - porque estas são operações difíceis, complicadas. E sim, absolutamente sim. Um dia antes eu (ainda) estava pensando sobre isso um pouco".

O segredo e o alívio

Questionado se havia contado a alguém sobre a operação, como a primeira-dama Michelle, Obama respondeu que um dos motivos que levou ao sucesso da ação foi "que conseguimos manter o segredo". Ele afirmou ainda que a ação não foi revelada nem mesmo às autoridades paquistanesas.

Quando ouviu que Bin Laden estava morto, Obama disse ter se sentido "aliviado" e queria que os soldados saíssem em segurança do Paquistão. Perguntado sobre suas reações após o fim da operação, Obama afirma ter dito: "nós o pegamos."

Osama bin Laden é morto no Paquistão

No final da noite de 1º de maio (madrugada do dia 2 no Brasil), o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou a morte do terrorista Osama bin Laden. "A justiça foi feita", afirmou Obama num discurso histórico representando o ápice da chamada "guerra ao terror", iniciada em 2001 pelo seu predecessor, George W. Bush. Osama foi encontrado e morto em uma mansão na cidade paquistanesa de Abbottabad, próxima à capital Islamabad, após meses de investigação secreta dos Estados Unidos .

A morte de Bin Laden - o filho de uma milionária família que acabou por se tornar o principal ícone do terrorismo contemporâneo -, foi recebida com enorme entusiasmo nos Estados Unidos e massivamente saudada pela comunidade internacional. Três dias depois e ainda em meio resquícios de dúvidas sobre o fim de Bin Laden, a Casa Branca decidiu não divulgar as fotos do terrorista morto. Enquanto isso, Estados Unidos e Paquistão debatem entre si as responsabilidades e falhas na localização do líder da Al-Qaeda.

Obama se reúne com tropas da ação que matou Bin Laden:
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