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Ásia

Centenas de pessoas homenageiam Bin Laden no Paquistão

6 mai 2011 - 06h42
(atualizado às 09h07)
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Centenas de pessoas saíram em passeata nesta sexta-feira pelas ruas da cidade de Quetta, no sul do Paquistão, para fazer uma homenagem ao chefe da Al-Qaeda, Osama bin Laden, morto pelos Estados Unidos, e para convocar uma guerra santa contra os americanos.

Simpatizantes do partido político Jamiat Ulma e Islam Nazaryati rezam por Osama bin Laden em Quetta
Simpatizantes do partido político Jamiat Ulma e Islam Nazaryati rezam por Osama bin Laden em Quetta
Foto: EFE

A manifestação foi organizada pelo Jamiat Ulema e Islam (JUI), partido político ideologicamente ligado aos talibãs em Kuchlak, subúrbio de Quetta, onde a multidão gritava "Vida longa a Osama". Uma bandeira americana foi queimada.

"Os serviços prestados por Osama aos muçulmanos serão para sempre lembrados", disse Abdul Qaidr Loone, jovem líder do JUI, em um discurso.

Hafiz Fazal Bareach, ex-senador e alto dirigente do JUI, afirmou que, ao matarem Bin Laden, os Estados Unidos criaram milhares de outros à sua imagem e semelhança.

"Um Osama se transformou em mártir, e agora nascerão milhares de Osamas, porque ele criou um movimento contra as forças antimuçulmanas que não depende de personalidades", declarou, acrescentando que a "jihad (guerra santa) continuará contra os Estados Unidos e seus aliados".

Maior partido político religioso do Paquistão, o Jamaat e Islam convocou manifestações em todo o país nesta sexta-feira para denunciar a operação de um comando de elite americano que matou Bin Laden na cidade paquistanesa de Abbottabad no começo da semana.

Islamabad cancela protesto

A mobilização popular prevista para as cercanias da Mesquita Vermelha, uma das mais importantes de Islamabad e reduto das correntes mais fundamentalistas, foi cancelada.

Consultado pela EFE, um porta-voz do JI, a legenda islamita mais influente do Paquistão apesar de não estar no Parlamento, não quis detalhar os motivos do cancelamento e se limitou a afirmar que a principal manifestação do dia é a convocada na localidade vizinha de Rawalpindi no meio da tarde.

Os fiéis que saíam da Mesquita Vermelha não atacaram os EUA ou a operação que, na segunda-feira, matou Bin Laden no norte do Paquistão. Os presentes à reza se limitaram a falar com a imprensa que tinha ido ao local, em um ambiente de pouca tensão apesar da presença policial.

As sextas-feiras, principal dia de oração para os muçulmanos, costumam ser escolhidas por grupos islamitas para se manifestar na saída das preces.

Desde a morte de Bin Laden, foram registrados apenas alguns protestos que reuniram cerca de poucas centenas de pessoas, em localidades como Quetta (sudoeste), Multan (leste) e Abbottabad (norte), cidade onde o líder da Al-Qaeda foi morto.

Osama bin Laden é morto no Paquistão

No final da noite de 1º de maio (madrugada do dia 2 no Brasil), o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou a morte do terrorista Osama bin Laden. "A justiça foi feita", afirmou Obama num discurso histórico representando o ápice da chamada "guerra ao terror", iniciada em 2001 pelo seu predecessor, George W. Bush. Osama foi encontrado e morto em uma mansão na cidade paquistanesa de Abbottabad, próxima à capital Islamabad, após meses de investigação secreta dos Estados Unidos .

A morte de Bin Laden - o filho de uma milionária família que acabou por se tornar o principal ícone do terrorismo contemporâneo -, foi recebida com enorme entusiasmo nos Estados Unidos e massivamente saudada pela comunidade internacional. Três dias depois e ainda em meio resquícios de dúvidas sobre o fim de Bin Laden, a Casa Branca decidiu não divulgar as fotos do terrorista morto. Enquanto isso, Estados Unidos e Paquistão debatem entre si as responsabilidades e falhas na localização do líder da Al-Qaeda.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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