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Estados Unidos

Missões são dolorosas e fatais, dizem ex-membros do Seals

8 mai 2011 - 07h42
(atualizado às 10h48)
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Ex-integrantes do Seals, a força especial da Marinha americana dedicada a missões de alto risco, como a que matou o terrorista Osama bin Laden no Paquistão, disseram na última terça-feira à CNN que as operações são dolorosas e resultam em mortes. "Não há espaço para fanfarrões no Seals", afirmou o veterano Chris Heben, militar com 10 anos de experiência em missões na África, Oriente Médio e Afeganistão.

Casa onde morreu Bin Laden atrai curiosos e é isolada:

Para matar Bin Laden no domingo, o Seals foi apoiado por helicópteros do Exército e unidades da Força Aérea, em uma clássica operação de "morte-captura", revelou Dick Hoffman, um especialista que passou mais de 20 anos nesta unidade. Historicamente especializados em missões de reconhecimento no mar, o Seals constitue, junto de seus colegas da Força Delta (Força Aérea) e dos Boinas Verdes (Exército), a ponta de lança da rede de serviços de inteligência dos EUA.

Chris Heben explicou que os soldados do Seals - Sea, Air, Land (Mar, Ar e Terra) - jamais podem comentar os objetivos das missões. Segundo ele, manter o sigilo absoluto é o fator surpresa para o sucesso das operações.

De fato, o Seals denomina a si mesmo como "a equipe silenciosa", pelo anonimato com o qual executam seu trabalho e o silêncio que devem manter sobre suas missões. As atuações de seus membros não costumam ser reveladas, e as identidades destes só passam a ser conhecidas quando morrem, e sem divulgar as causas reais da morte, por razões de segurança.

Deste modo, pouca ou nenhuma informação vazou até agora sobre o homem que disparou contra o mentor dos atentados de 11 de setembro de 2001, embora alguns veículos de imprensa começaram a fazer um retrato falado através dos comentários de outros militares que integraram o comando.

Os ex-soldados explicam que se trata com toda segurança de um homem, já que não há mulheres entre os Seals. O herói desconhecido teria entre 26 e 33 anos, já que precisaria ser suficientemente veterano para ter tido tempo de passar nos rigorosos testes exigidos para entrar no Team 6. Além disso, deve ser jovem o bastante para suportar o desgaste físico gerado por este tipo de missão.

Além de não ser informado sobre o alvo durante as missões, um integrante do Seals precisa ter frieza e perseguir seu objetivo mesmo que se depare com companheiros mortos ou feridos. "Ele precisa ir muito além de apenas ser um guerreiro hábil", explicou Tyler Brandon Webb, um ex-Seal, que fazia parte de missões de combate no Iraque e no Afeganistão.

"Os oficiais têm trabalhado nestas operações no Iraque e no Afeganistão há nove anos e sua experiência no mundo real os prepara", disse Hoffman. Segundo o National Journal, o Exército americano construiu uma residência fictícia igual a de Bin Laden para treinar a equipe em uma base ao norte de Kabul.

Em geral, uma equipe de ataque conta com cerca de trinta membros e 80% de suas missões de "morte-captura" terminam com o alvo vivo. "Contudo, tudo depende do elemento surpresa. Quando se chega de helicóptero, gera-se muito ruído e isso termina geralmente com a resistência do alvo, que então acaba sendo morto", explicou Hoffman.

Um funcionário de alto escalão americano informou que as forças especiais que atacaram o refúgio de Bin Laden estavam preparadas para capturar o líder da Al-Qaeda vivo, caso ele tivesse se rendido. "Ele resistiu durante o tiroteio. Como resultado, os homens em terra o mataram", disse o funcionário, que pediu para não ser identificado.

Osama bin Laden é morto no Paquistão

No final da noite de 1º de maio (madrugada do dia 2 no Brasil), o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou a morte do terrorista Osama bin Laden. "A justiça foi feita", afirmou Obama num discurso histórico representando o ápice da chamada "guerra ao terror", iniciada em 2001 pelo seu predecessor, George W. Bush. Osama foi encontrado e morto em uma mansão na cidade paquistanesa de Abbottabad, próxima à capital Islamabad, após meses de investigação secreta dos Estados Unidos .

A morte de Bin Laden - o filho de uma milionária família que acabou por se tornar o principal ícone do terrorismo contemporâneo -, foi recebida com enorme entusiasmo nos Estados Unidos e massivamente saudada pela comunidade internacional. Enquanto a secretária de Estado dos EUA afirmava que a batalha contra o terrorismo continua, o alerta disseminado em aeroportos horas depois da notícia simboliza a incerteza do impacto efetivo da morte de Bin Laden no presente e no futuro.

Fonte: Terra
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