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Mundo

Advogado de Assange critica Obama após morte de Bin Laden

3 mai 2011 - 08h30
(atualizado às 08h50)
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Um renomado advogado britânico de direitos humanos qualificou nesta terça-feira como "absurda" a afirmação do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, de que com a morte do terrorista Osama bin Laden fez-se justiça.

"Como ex-professor de Direito, (Obama) sabe o absurdo que é essa declaração", escreveu no jornal The Independent o advogado Geoffrey Robertson, que atuou em diversos casos perante o Tribunal Europeu de Direitos Humanos e o Tribunal Especial da ONU para Serra Leoa e atualmente defende o fundador do WikiLeaks, Julian Assange.

Robertson afirmou que a operação que resultou na morte de Bin Laden não consistiu na "invasão ilegítima" da soberania do Paquistão, como afirmam alguns críticos, pois era necessário capturar esse "criminoso internacional" e o país que o acolhia se mostrava inoperante.

No entanto, questionou qual teria sido a ordem dada pelo governante americano: "O presidente Obama ordenou sua captura ou sua execução?". "A lei permite disparar contra um criminoso em legítima defesa. Deveria ter sido dada a ele a oportunidade de se render, mas, mesmo que ele não se entregasse, deveriam tê-lo capturado vivo se fosse possível fazer isso sem risco", acrescentou Robertson.

"Matar Bin Laden dessa forma o transformou em um mártir, mais perigoso nesse papel póstumo do que enquanto permanecia escondido e sua lenda e as teorias de conspiração em torno dos atentados terroristas de 11 de setembro seguirão vivas", afirmou Robertson.

Segundo o advogado, "Bin Laden não poderia ter sido julgado pelos atentados de 11 de setembro pelo Tribunal Penal Internacional (TPI), já que este só começou a funcionar nove meses mais tarde, mas o Conselho de Segurança poderia ter montado um tribunal especial em Haia com juízes internacionais, incluindo juristas muçulmanos, para que o julgamento fosse justo".

"Teria sido a melhor forma de desmistificar este homem e desmontar sua causa. Atrás das grades, ele perderia parte de sua lenda e já não seria lembrado como um homem forte e espiritual, mas como um senhor cheio de ódio", acrescentou o advogado.

EFE   
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