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Estados Unidos

Casa Branca condena vazamento de WikiLeaks sobre Guantánamo

25 abr 2011 - 16h47
(atualizado às 17h32)
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O governo dos Estados Unidos condenou nesta segunda-feira o recente vazamento de telegramas secretos sobre prisioneiros em Guantánamo e afirmou que o presidente Barack Obama mantém seus planos de fechar esse centro de detenção localizado na ilha de Cuba.

Em sua entrevista coletiva diária, o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, indicou que ogGoverno está "decepcionado" porque o diário americano The New York Times e outros jornais pelo mundo publicaram o material fornecido pelo site.

Entre outras revelações, os documentos indicam, segundo o jornal El País, que o principal objetivo da prisão é "explorar" todas as informações sobre os detentos, apesar da reconhecida inocência de muitos deles. Cerca de 60% dos que ali estão foram detidos sem uma ameaça "provável", destaca a edição digital do jornal espanhol.

Segundo o porta-voz da Casa Branca, o governo americano estava ciente sobre o vazamento já neste fim de semana. Obama, continuou o porta-voz, está centrado em conseguir o fechamento da prisão de Guantánamo, de maneira consequente com a segurança nacional.

Segundo Carney, os telegramas divulgados foram redigidos entre 2002 e 2009, com as informações disponíveis na época, durante o Governo do republicano George W. Bush.

O governo americano indicou que os documentos em questão incluem Expedientes de Avaliação de Detentos (DABs, na sigla em inglês) redigidos pelo Departamento de Defesa americano entre 2002 e início de 2009, quando Obama, recém-chegado ao poder, se comprometeu em desativar a prisão no prazo de um ano, algo que não pôde cumprir.

O porta-voz assinalou ainda que o Grupo de Trabalho de Revisão de Guantánamo, criado em janeiro de 2009, fez uma avaliação dos DABs, mas essa não foi sua única fonte de informação.

Em comunicado conjunto do Departamento de Estado e do Pentágono, o governo americano indica que, em algumas ocasiões, o citado grupo de trabalho chegou às mesmas conclusões que os DABs, mas em outras houve divergências.

A nota destaca que a organização WikiLeaks não teve acesso às conclusões do grupo de trabalho e, portanto, os documentos obtidos "ilegalmente" por este site podem representar ou não a opinião de um prisioneiro específico.

Tanto o atual governo como o anterior, diz o comunicado, fizeram todos os esforços a seu alcance para realizar com o máximo de "cuidado e diligência" a transferência de detentos em Guantánamo. O vazamento ocorre quando o governo de Obama, embora declare manter sua intenção de desativar a prisão na base militar em Cuba, se viu obrigado a admitir o fracasso em fechá-la.

No mês passado, o presidente Obama emitiu uma ordem executiva que restabelece as comissões militares para julgar os presos de Guantánamo, que tinha suspendido sua chegada à Casa Branca. Em dezembro passado, o Congresso impôs restrições para que os presos de Guantánamo pudessem ser julgados por tribunais federais em território americano.

Posteriormente, os parlamentares aprovaram uma cláusula que proíbe o uso de recursos federais para transferir esses prisioneiros aos EUA ou a terceiros países, o que na prática impede o fechamento da prisão. Atualmente, há 172 reclusos em Guantánamo, dos quais 35 podem enfrentar julgamentos em tribunais federais ou as comissões militares.

EFE   
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