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Europa

Papa diz em Vigília que homem não é produto casual da evolução

23 abr 2011 - 19h13
(atualizado às 19h24)
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O papa Bento XVI presidiu na noite deste sábado na Basílica de São Pedro, do Vaticano, a Vigília Pascal, durante a qual declarou que, se o homem fosse somente um produto casual da evolução, "sua vida não faria sentido ou seria, inclusive, uma moléstia da natureza". Na noite em que a Igreja celebra a "mãe de todas as vigílias", o Pontífice, 84 anos, se referiu à criação e ressaltou que Deus é o criador, "quem nos dá a vida eterna" e acrescentou que no princípio de todas as coisas estão o amor e a liberdade.

Bento XVI questionou se a irracionalidade, a falta de liberdade e a casualidade são o princípio de tudo ou se esse princípio é a razão, a liberdade e o amor. Depois, ressaltou que a verdadeira é a segunda opção. O Pontífice rejeitou a versão de que no universo em expansão "se formou por acaso uma espécie de ser vivente capaz de raciocinar".

"Se o homem fosse somente um produto casual da evolução em algum lugar à margem do universo, sua vida estaria privada de sentido ou seria, inclusive, uma moléstia da natureza. Mas não é assim: a Razão estava no princípio, a Razão criadora, divina". O papa afirmou que, embora se possa fazer um uso inadequado da liberdade, a criação como tal continua sendo boa, pois em sua origem está o amor de Deus.

"Por isso podemos e devemos colocar-nos de parte da razão, da liberdade e do amor; de parte de Deus, que nos ama tanto e que sofreu por nós, para que de sua morte surgisse uma vida nova, definitiva, saudável". Bento XVI ressaltou que "a Igreja não é uma associação qualquer que se ocupa das necessidades religiosas dos homens, mas que conduz o homem ao encontro com Deus".

A Vigília Pascal é um dos ritos mais antigos da liturgia e se celebra na noite do Sábado de Aleluia, que Santo Agostinho chamou de "mãe de todas as vigílias", em alusão à espera da Ressurreição do Filho de Deus. A cerimônia começou no átrio da basílica, onde Bento XVI abençoou o fogo novo e acendeu o Círio Pascal, símbolo de Cristo.

O papa gravou com uma punção uma cruz, as letras do alfabeto grego alfa (primeira) e ômega (última) e o número 2011 no Círio Pascal. Ao mesmo tempo pronunciou em latim: "Cristo ontem e hoje, princípio e fim, alfa e ômega. A Ele pertence o tempo e os séculos, a Ele a glória e o poder por muitos e muitos séculos".

Depois, começou a procissão rumo ao altar, em meio a uma total escuridão e um silêncio no templo, que aos poucos foi sendo iluminado pelas velas das milhares de pessoas que lotam a basílica, acesas com a chama procedente do Círio Pascoal. Quando a procissão chegou ao altar, todas as luzes se acenderam e um diácono começou o canto do Exultet.

O papa seguiu uma tradição da Igreja primitiva, na qual os catecúmenos (adultos que aspiram ao batismo) eram batizados na noite da Vigília Pascal, e batizou seis deles, um peruano, um suíço, uma albanesa, uma russa, uma cingapurense e uma chinesa. Na homilia, Bento XVI referiu-se, além disso, aos dois grandes símbolos da Vigília Pascal: o fogo e a água.

Bento XVI presidirá no domingo na Praça de São Pedro a missa do Domingo da Ressurreição. Em seguida, lerá a Mensagem Pascal e pronunciará a bênção "Urbi et Orbi" em dezenas de idiomas. O local já foi adornado com 41,4 mil flores procedentes da Holanda.

EFE   
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