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Raúl Castro defende reformas, mas descarta 'terapias de choque'

16 abr 2011 - 22h17
(atualizado às 22h26)
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O presidente de Cuba, Raúl Castro, descartou a aplicação de "terapias de choque", mas insistiu na urgência de reformas econômicas na ilha, na abertura do VI Congresso do Partido Conunista (PCC, único). "Em Cuba, sob o socialismo, jamais haverá espaço para terapias de choque contra os mais necessitados", disse Raúl Castro, 79 anos, ao responder à preocupação gerada nos cubanos por medidas como a eliminação de subsídios e demissões em massa.

No entanto, Raúl Castro advertiu que as reformas são urgentes para "atualizar o modelo econômico e social com o objetivo de garantir a continuidade e a irreversibilidade do socialismo, assim como o desenvolvimento econômico do país e a elevação do nível de vida".

Para acalmar as inquietações, referiu-se de forma ampla à eliminação gradual da "libreta de abastecimento", criada em 1963 e que garante uma cesta de alimentos básica muito subsidiada, mas insuficiente. "Ninguém em seu perfeito juízo na direção deste país pode pensar em decretar subitamente a eliminação deste sistema sem previamente criar as condições para isso", explicou, ao ressaltar que o tema foi um dos mais discutidos nos debates populares das reformas, realizados na ilha.

No entanto, salientou que esta questão "não pode ser vista como uma decisão isolada, mas sim como uma das principais medidas que serão imprenscindíveis para erradicar as distorções profundas existentes no funcionamento da economia" cubana.

As reformas preveem a eliminação de outros subsídios, o corte de mais de um milhão de empregos estatais, a abertura à iniciativa privada como alternativa para acolher os desempregados e maior autonomia empresarial.

O processo de corte de empregos "continua sem pressa, mas sem pausa" e seu "ritmo estará determinado por nossa capacidade de ir criando condições necessárias para sua plena implantação", explicou Raúl Castro.

Irmão de Fidel Castro discursa em Cuba
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Foto: EFE
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