Egito: ex-presidente Mubarak pode ser condenado à forca
15 abr2011 - 08h40
(atualizado às 08h51)
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O ex-presidente egípcio, Hosni Mubarak, detido esta semana em uma investigação sobre a violenta repressão das manifestações, pode ser condenado à forca, informou a imprensa oficial nesta sexta-feira.
Mubarak e seus filhos Gamal e Alaa foram detidos na quarta-feira por 15 dias como parte de uma investigação judicial sobre a repressão contra os manifestantes que derrubaram seu regime, após uma mobilização massiva entre janeiro e fevereiro. Ao todo, 800 pessoas foram mortas.
O jornal oficial Al Ahram citou nesta sexta-feira uma declaração do presidente da corte de apelações do Cairo, Zakaria Chalach, afirmando que Hosni Mubarak pode ser executado se for considerado culpado de provocar a morte dos manifestantes de maneira premeditada.
Chalach indicou ainda que o depoimento do ex-ministro do Interior de Mubarak, Habib Al Adli, também acusado por ordenar os disparos contra os manifestantes, o transforma em cúmplice se confirmado.
Segundo o magistrado, Adli afirmou que Mubarak ordenou que ele usasse a força contra os protestos.
"Se isto for provado, (Mubarak) receberá a mesma pena que a pessoa que coordenou (a repressão), e pode ser uma execução se demonstrarmos que os manifestantes pacíficos foram mortos de maneira premeditada", disse.
Se não tiver havido premeditação, o ex-presidente será condenado à prisão perpétua. Entretanto, se o tribunal concluir que as ordens de Mubarak levaram os agentes repressores apenas a ferir os manifestantes, ele pode ser sentenciado a três ou cinco anos de prisão.
Polícia egípcia usa gás lacrimogêneo para dispersar protesto no Cairo, no primeiro dia de tumultos contra o presidente Hosni Mubarak; era o "Dia da Ira", em 25 de janeiro
Foto: AFP
Egípcios entram em confronto com a polícia no segundo dia de manifestações no Cairo. O Movimento 6 de Abril convocou pela internet a participação popular nos protestos
Foto: AFP
No terceiro dia, a revolta da capital egípcia já irradiava para outros pontos do país - como na foto, em Suez. O dia 27 de janeiro foi um pouco mais tranquilo do que os dois anteriores
Foto: AFP
Policial atira cápsula de gás lacrimogêneo no quarto dia de protestos. Na chamada "Sexta-feira da Ira", manifestantes incendiaram a sede do Partido Nacional Democrático, e Mubarak anunciou que em breve convocaria um novo governo
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Manifestantes cercam tanques no quinto dia de manifestações, quando a população ignorou toques de recolher e permaneceu na praça Tahrir. Protestos ameaçaram o Museu Nacional, que foi protegido por uma corrente humana
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Egípcios tomam a praça Tahrir no sexto dia de protestos contra o governo de Hosni Mubarak. O local começava a ganhar protagonismo no movimento, já que muitos manifestantes estavam acampados no local
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Na segunda-feira, 31 de janeiro, egípcios comemoravam uma semana de protestos. Os confrontos ficavam gradualmente menos violentos, mas o número de pessoas presentes na Praça Tahrir aumentava
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No oitavo dia de protestos, homem e mulher pedem a saída de Mubarak. À noite, Mubarak fez um pronunciamento anunciando que permaneceria até o final do mandato, mas que não tentaria a reeleição
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No nono dia, manifestantes pró-Mubarak entraram em confronto com os críticos do governo, o que resultou em prisões. Enquanto isso, o Parlamento egípcio anunciava que suspendia as atividades
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No 10º dia de protestos, o exército precisou reprimir a violência dos manifestantes pró-Mubarak, que passaram a atacar jornalistas que cobriam a revolta antigoverno para o mundo. O premiê egípcio repreendeu as manifestações
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O 11º dia foi denominado "Dia da Saída", em que manifestantes se concentraram na Praça Tahrir, oraram e pediram a saída imediata de Mubarak. A violência contra a imprensa continuou, e muitos jornalistas deixaram o país
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No 12º dia, uma das tantas uniões propiciadas pela revolução no Cairo: mulheres cristã e muçulmana, lado a lado, defendendo uma causa comum. As forças de situação e oposição davam sinais de que começaram a dialogar
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À medida que os protestos não arrefeciam, a parte central do Cairo se tornou lar improvisado de manifestantes. Nesta foto, do 13º dia de protestos, egípcio descansa enrolado em cobertor sobre um pneu
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Quando se completavam duas semanas do levante, a Praça Tahrir já havia se transformado em um acampamento de insatisfeitos com os quase 30 anos do governo Mubarak. No 14º dia de protestos, seguia o diálogo entre governo e oposição
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Multidão se aglomera para mais uma jornada de protestos contra Mubarak. No 15º dia de protestos, o Egito viveu o momento de maior mobilização popular
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No 16º dia dos protestos, médicos egípcos críticos do governo leem jornais em clínica improvisada na Praça Tahrir. em 9 de fevereiro, centenas tentaram bloquear o Parlamento pedindo a renúncia dos governantes
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Multidão toma a praça Tahrir para, no 17º dia de protestos, pasma com a notícia de que Mubarak, apesar da pressão, pretendia permanecer na presidência. O presidente anunciou a transferência de poderes para o vice, Omar Suleiman
Foto: AFP
No dia 11 de fevereiro de 2011, após 18 dias de protestos, egípcios comemoraram o fim do governo Mubarak em Tahrir e em todo o país