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Cuba: derrota americana na Baía dos Porcos completa 50 anos

17 abr 2011 - 07h38
(atualizado às 07h39)
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Celebrada pelos cubanos como uma "a primeira vitória da América Latina contra o imperialismo americano", a batalha conhecida como a "Baía dos Porcos" completa, neste domingo, 50 anos. Em 1961, forças comandadas por Fidel Castro saíam vitoriosas após três dias de confrontos sangrentos com cerca de 1,4 mil exilados cubanos, treinados pelos Estados Unidos, que desembarcaram no dia 17 de abril nas Playa Larga e Girón, na Baía dos Porcos, a 200km ao sudeste de Havana. A batalha marcou para sempre a relação de inimizade entre os dois países e determinou o anúncio de Fidel, pela primeira vez, do caráter socialista da Revolução Cubana, até então negado pelo líder. "Os imperialistas não puderam perdoar isto, que (...) tenhamos feito uma revolução socialista embaixo do nariz dos Estados Unidos", afirmou ele, na ocasião.

Invasão da Baía dos Porcos completa 50 anos; veja fotos

Aprovada pelo ex-presidente americano Dwight Eisenhower e assumida por seu sucessor John F. Kennedy, a operação começou no dia 13 de abril quando zarparam da Nicarágua os navios com os expedicionários da Brigada 2506, treinados em bases secretas neste país e na Guatemala. Na manhã de 15 de abril seis aviões B-26 com falsas insígnias cubanas bombardearam duas bases aéreas em Havana e Santiago de Cuba (sudeste). Com o ataque, a CIA esperava liquidar a força aérea cubana.

Em menos de 72 horas, os invasores foram derrotados: 156 mortos nas fileiras de Fidel, 107 entre os invasores; 1.189 prisioneiros foram trocados com os Estados Unidos por 53 milhões de dólares em medicamentos e alimentos, em 1962. A derrota se constituiu em um desastre político para Kennedy, que resistiu até o último momento a enviar apoio aéreo de que os invasores afirmavam necessitar.

Até hoje, os exilados cubanos que participaram da invasão à Baía dos Porcos custam a acreditar no enorme fracasso desta operação secreta organizada pela CIA para derrubar Fidel. Muitos lembram a confiança que tinham quando foram recrutados em Miami pela agência de inteligência americana, e a sensação de segurança de que teriam por trás uma força militar americana que não aceitava derrotas. "Em grande medida nos deixamos levar. Tínhamos muita confiança de que tudo ficaria bem", contou à AFP Julio Gonzalez Rebull, um veterano da chamada "Brigada de Assalto 2056".

Em território cubano, solenidades militares na Praça da Revolução, centro político da ilha, comemoraram, neste final de semana, as cinco décadas da vitória. A baía, de águas turquesas e areia branca, é agora local obrigatório do turismo revolucionário, que abriga dois hoteis, dois museus e onde, nos últimos meses, proliferaram pequenos comércios em função da reforma econômica do presidente Raúl Castro.

Em estádio de Havana, Fidel Castro conversa com os invasores presos na Baía dos Porcos
Em estádio de Havana, Fidel Castro conversa com os invasores presos na Baía dos Porcos
Foto: AP
Fonte: Terra
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