Chanceler de Laurent Gbagbo diz ter negociado cessar-fogo
5 abr2011 - 09h51
(atualizado às 10h47)
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O ministro do Exterior do governo da Costa do Marfim não-reconhecido pela ONU, Alcide Djedje, disse à BBC que chegou a um acordo de cessar-fogo após dias de confronto no país e que "a guerra acabou".
Djedje, que está na Embaixada francesa na principal cidade do país, Abdijan, representa Laurent Gbagbo, que se recusa a deixar a Presidência após ser derrotado nas últimas eleições por Alassane Ouattara, o presidente reconhecido internacionalmente.
A informação sobre o cessar-fogo ainda não foi confirmada por partidários de Ouattara e ainda não se sabe se Gbagbo teria concordado em deixar o poder.
Um porta-voz de Gbagbo, Ahoua Don Mello, disse estar esperando por uma delegação da União Africana para que sejam realizadas negociações entre os dois lados.
Ele afirmou ainda não poder revelar onde Gbagbo está "porque neste momento estamos enfrentando um ataque do Exército francês contra ele".
Don Mello disse ainda que "as forças Republicanas (de Ouattara) não são uma grande preocupação agora, porque foram contidas pelo Exército Nacional (de Gbagbo). Mas estamos enfrentando um ataque do Exército francês com armamento pesado, aviões e por aí vai".
Residência presidencial Mais cedo, forças leais a Alassane Ouattara afirmaram ter capturado a residência presidencial em Abidjan.
A informação não foi confirmada de forma independente. Um dos aliados de Gbagbo em Londres, Adbob George Bayeto, negou a captura do prédio e disse que se tratava "de propaganda" e "guerra psicológica".
Um porta-voz de Ouattara, entretanto, disse à BBC que Gbagbo foi visto na residência presidencial e que forças leais ao presidente eleito realizavam buscas no local na madrugada desta terça-feira.
Segundo Patrick Achi, se Gbagbo for capturado será "preso e levado à Justiça". Helicópteros da ONU e da França atacaram alvos próximos à residência presidencial. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, afirmou que os ataques tinham como objetivo proteger civis e não eram uma declaração de guerra a Gbagbo.
Na manhã desta terça-feira, a cidade de Abidjan foi palco de novos disparos de armamentos pesados. Segundo o correspondente da BBC em Abidjan Andrew Harding, a situação parecia caminhar para a deposição de Gbagbo.
Eleições Laurent Gbagbo se recusa a deixar o poder apesar de os resultados das eleições de novembro, aprovados pela ONU, terem indicado sua derrota para Ouattara.
Logo após a divulgação dos resultados, o governo anulou o conteúdo de urnas no norte do país, afirmando que houve fraude, e declarou Gbagbo vencedor. Desde então o país vem sendo palco de disputas intensas entre forças leais aos dois lados. A violência já deixou centenas de mortos.
Na semana passada, forças leais a Ouattara lançaram uma ofensiva militar para tentar retirar Gbagbo do poder. A França, antigo poder colonial no país, mantém forças de paz na Costa do Marfim desde o fim da guerra civil, há uma década.
O comandante das forças de paz da ONU no país, Alain Le Roy, disse que a decisão do ataque na segunda-feira foi tomada com base em uma resolução do Conselho de Segurança da ONU que autoriza esse tipo de ação.
Segundo ele, a intensidade do uso de armamentos pelas forças de Gbagbo e os calibres das armas vinham aumentando fortemente nos últimos dias. A missão da ONU no país também teria sido alvo de ataques contínuos, segundo ele.
A ONU anunciou ainda que enviará à Costa do Marfim um representante para investigar um massacre de centenas de civis na cidade de Duekoue, no oeste do país, na semana passada.
Simpatizantes de Ouattara e de Gbagbo se acusam mutuamente pelas mortes. Segundo o Comitê da Cruz Vermelha Internacional, pelo menos 800 pessoas teriam sido mortas.
Tropas francesas que integram a missão internacional na Costa do Marfim patrulham área de Abidjan
Foto: AP
Tropas que apoiam o ex-presidente Laurent Gbagbo se locomovem em veículo blindado na cidade de Abidjan
Foto: AP
Milicianos leais a Gbagbo patrulham ruas onde enfrentam as forças que defendem o presidente reconhecido internacionalmente, Alassane Ouattara, na capital marfinense
Foto: AFP
Miliciano das forças de Gbagbo combate nas ruas de Abidjan
Foto: AFP
Fumaça é vista sobre o centro de Abidjan, onde as forças de Ouattara enfrentam os milicianos pró-Gbagbo
Foto: Reuters
Miliciano se protege em meio a tiroteio contra as forças leais ao presidente reconhecido, Alassane Ouattara, nos arredores da capital, Abidjan
Foto: AFP
Foto: Terra
Integrante de força leal ao presidente eleito Alassane Ouattara cerca o Palácio Presidencial, em Abidjan
Foto: AFP
Armados, milicianos tentam defender e garantir a permanência do presidente Laurent Gbagbo no poder
Foto: AFP
Desde a noite de quinta, aliados de Alassane Ouattara tentam encurralar o atual governante
Foto: AFP
Forças leais ao presidente reconhecido pela comunidade internacional atuam na capital da província de Yamoussoukro
Foto: Reuters
Militantes do presidente marfinense legitimado pela comunidade internacional, Alassane Ouattara, acompanham discurso do ministro Guillaume Soro em comício, na província de Yamoussoukro
Foto: Reuters
Soldados leais a Laurent Gbagbo patrulham rua em bairro empresarial de Abidjan, na Costa do Marfim, em dia de intensos combates com a oposição
Foto: Reuters
Integrantes das forças apoiadoras do marfinense Alassane Ouattara ficam em posição de guarda, na província de Yamoussoukro
Foto: Reuters
Milicianos aliados a Alassane Ouattara lotam caminhonete durante tensão nas ruas de Abidjan
Foto: AFP
Fumaça paira sobre o céu no centro da capital marfinense enquanto milicianos e militares se enfrentam nas ruas
Foto: Reuters
Blindado das forças de Laurent Gbagbo patrulha as ruas do bairro Deux Pleaux, na capital
Foto: AFP
Tropas não identificadas circulam em caminhonete com armamento pesado
Foto: AP
Foto: Terra
Missão militar francesa patrulha uma rua na região de Abidjan
Foto: Reuters
Missão francesa que vigia regiões da Costa do Marfim foi reforçada e hoje conta com 1,1 mil soldados
Foto: Reuters
Forças leais ao presidente Alessane Ouatarra vigiam região a cerca de 20 km a norte de Abidjan
Foto: Reuters
Clima de instabilidade se instaurou após eleição de Alassane Ouatarra como presidente do país
Foto: Reuters
Fumaça aparece no céu do centro da cidade de Abidja
Foto: Reuters
Foto: Terra
Forças leais ao presidente eleito Alassane Ouattara se preparam para combate na cidade de Abidyán
Foto: EFE
Exército leal ao presidente Alassane Ouattarra se prepara para tomar a cidade de Abidjan
Foto: Reuters
Mulheres com baldes procuram por água na região de Abidjan
Foto: Reuters
Soldado pró-Gbagdo protege o palácio presidencial em Abidjan
Foto: Reuters
Forças leais ao presidente Alassane Ouattara preparam-se para tomar a frente da cidade de Abidjan
Foto: Reuters
Civis levantam as mãos enquanto passam por miliciano das forças aliadas a Laurent Gbagbo em rua próxima ao palácio presidencial, em Abidjan
Foto: Reuters
Soldado patrulha arredores do palácio presidencial tomado pelas forças de Gbagbo
Foto: Reuters
Tropas da França ajudam cidadão francês a se refugiar em base militar de Port Bouet, distrito de Abidjan
Foto: AP
Soldado francês em blindado patrulha as ruas de Abidjan
Foto: AP
Foto: Terra
Civis caminham com os braços levantados para mostrar que não estão armados, em Abidjan
Foto: EFE
Apoiadores de Laurent Gbagbo fazem passeata ao redor do Palácio Presidencial de Adidjan
Foto: Reuters
Apoiadores de Laurent Gbagbo fazem passeata ao redor do Palácio Presidencial de Adidjan
Foto: Reuters
Soldados pró-Gbagbo policiam entorno do Palácio Presidencial de Abidjan
Foto: Reuters
Foto: Terra
Soldados pró-Gbagbo patrulham de carro ruas da capital da Costa do Marfim após os bombardeios da França e da ONU
Foto: Reuters
Soldado leal ao presidente eleito Ouattara observa rua que corta a capital da Costa do Marfim, Abidjan
Foto: Reuters
Moradores do distrito de Abobo, em Abidjan, passam por carro destruído nos conflitos
Foto: AFP
Moradores carregam seus pertences e deixam a cidade de Abidjan devido aos conflitos
Foto: Reuters
Soldado enviado pela ONU à Costa do Marfim faz patrulha nas ruas de Abidjan
Foto: AP
Carros que foram queimados em conflitos ficaram abandonados nas ruas de Abidjan, capital marfinense
Foto: AP
Foto: Terra
Soldados de Alassane Ouattara chegam a ponto de controle de uma das principais entradas de Abidjan
Foto: AP
Soldados de Alassane Ouattara se preparam para confrontos na chegada a ponto de controle de uma das principais entradas de Abidjan
Foto: AP
Soldados leais a Alassane Ouattara chegam a ponto de controle de uma das principais entradas de Abidjan
Foto: AP
Homens capturados pelas forças leais a Alassane Ouattara, e presos por razões desconhecidas, sentam-se perto de um posto de controle, na entrada principal de Abidjan
Foto: AP
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Soldados leais a Alassane Ouattara, ao lado de homens que foram detidos por razões desconhecidas, chegam à base operacional das forças do presidente reconhecido internacionalmente, em Abidjan
Foto: AP
Soldado aliado a Ouattara mostra cartuchos de munição em uma base operacional de Abidjan
Foto: AP
Prisioneiros são transportados em caminhão pelas forças de Ouattara, em Abidjan
Foto: Reuters
Prisioneiros detidos pelas forças de Ouattara são contados em Abidjan
Foto: Reuters
Moradores passam ao lado de um carro queimado e de soldados leais a Ouattara, em Abidjan
Foto: AP
Moradora passa por soldados leais a Ouattara, que se reuniram para fazer uma refeição, em Abidjan
Foto: AP
Membros da ONU descarregam ajuda de avião enviado do Marrocos, em Duekoue, a 484 km de Abidjan
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Tropas francesas vão para o sul do país; helicópteros franceses atacaram a casa de Laurent Gbagbo em Abidjan
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Fumaça sai da residência de Laurent Gbagbo, depois que tropas francesas invadiram o local e prenderam o ex-presidente
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Fogo atinge uma base naval controlada pelo ex-presidente Laurent Gbagbo, em Abidjan
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Cidadãos libaneses pegam avião de volta para o seu país, fugindo dos conflitos na Costa do Marfim
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Soldados franceses desembarcam de um helicóptero durante operação militar em Abidjan
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Alassane Ouattara, presidente reconhecido internacionalmente, realizou um pronunciamento na TV sobre Gbagbo
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11 de abril - A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, participa de encontro com ministro finlandês em Washington. A captura nesta segunda do ex-homem forte da Costa do Marfim, Laurent Gbagbo, envia um recado a todos os ditadores de que não podem ignorar as vozes de seus povos, afirmou ela
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O soldado Abdoulaye Sanogo (frente) usa uma peruca que ele diz ter pego no quarto de Simone Gbagbo, mulher de Laurent Gbagbo, no bairro Youpougon
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Soldados comemoram a prisão de Laurent Gbagbo bebendo champanhe da casa do ex-líder, em Abidjan
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Fumaça sobre o céu do bairro de Youpougon, em Abidjan, onde tiros foram ouvidos
Foto: AP
Moradores fazem fila para que militares republicanos verifiquem seus documentos, a 20 km de Abidjan
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Em Dakar, no Senegal, home lê capas de jornais em uma banca; várias publicações destacaram a prisão de Laurent Gbagbo
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Presidente Alassane Ouattara se reúne com comandantes no Hotel Golf, em Abidjan, e pede que os combatentes baixem armas após a prisão do ex-líder Laurent Gbagbo, que ser recusava a sair do poder, apesar de derrota nas eleições
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Após prisão do ex-líder Laurent Gbagbo, presidente eleito da Costa do Marfim, Alassane Ouattara, posa para fotos ao lado de comandantes das forças republicanas, no Hotel Golf, em Abidjan
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Ouattara se reúne com o chefe de equipe das forças de Gbagbo, general Philippe Mangou, em Abidjan
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Novo presidente marfinense discursa durante encontro com generais que antes defendiam Gbagbo
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O presidente Alassane Ouattara disse que vai pedir ao Tribunal Penal Internacional (TPI) que investigue as matanças atribuídas a seus seguidores