Forças de Gbagbo atacam patrulha da ONU na Costa do Marfim
2 abr2011 - 15h00
(atualizado às 15h43)
Compartilhar
As tropas do presidente da Costa do Marfim, Laurent Gbagbo, atacaram neste sábado uma patrulha da ONU, após resistirem na sexta-feira ao assédio das Forças Republicanas da Costa do Marfim (FRCI), leais a Alassane Ouattara, reconhecido internacionalmente como vencedor do pleito presidencial de novembro.
O comando da Missão das Nações Unidas na Costa do Marfim (Onuci), que não sofreu baixas, se viu obrigado a responder e alcançou a cinco integrantes das forças especiais de Gbagbo, informou o organismo em comunicado neste sábado. O porta-voz da Onuci, Hamadoun Touré, disse que não sabia se os milicianos favoráveis a Gbagbo alcançados pelos Capacetes Azuis tinham morrido.
Touré ressaltou a atitude imparcial dos Capacetes Azuis e sua vontade de evitar qualquer enfrentamento com as forças marfinenses de ambos os grupos, mas assegurou que responderiam se fossem atacados. Os confrontos ocorrem depois que seguidores de Gbagbo encorajaram, através de um comunicado transmitido neste sábado na televisão pública da Costa do Marfim (RTI), a mobilização de suas tropas "para proteger as instituições da República".
O texto, que foi lido por um soldado leal a Gbagbo, afirmava que suas posições foram atacadas na sexta-feira "por grupos de mercenários apoiados pelos soldados da Onuci e da operação francesa Licorne". O militar alertou para a necessidade de "soldados das Forças Armadas" se unirem a suas unidades em Abidjan, que suportaram na sexta-feira o terceiro dia de ofensiva militar por parte das FRCI.
O comunicado foi transmitido através da televisão pública porque os partidários de Gbagbo voltaram a tomar neste sábado o controle do edifício, enquanto as FRCI afirmaram ter tomado o Palácio Presidencial. Esse anúncio foi feito pelo site do grupo de Ouattara, que acusou "as milícias e os mercenários" de Gbagbo de terem "ocupado ilegalmente a residência oficial do chefe do Estado".
As ruas de Abidjan continuam desertas, em parte pelo êxodo em massa de marfinenses na busca de áreas livres de conflito, e também pelo reinício das hostilidades nas imediações do Palácio Presidencial e da Gendarmaria de Agban entre os grupos de Gbagbo e Ouattara. No entanto, a vitória de Ouattara é questão de tempo, segundo seu porta-voz, quem afirmou em comunicado transmitido na televisão: "O presidente da República lhes pede que espereis só algumas horas e o país será totalmente libertado".
A operação francesa Licorne e a Onuci seguem suas manobras de vigilância e esta última mobilizou três helicópteros para evitar saques. A Cruz Vermelha informou sobre a morte de centenas de pessoas durante esta última semana na cidade ocidental de Duékoué.
A entidade calculou em 800 o número de mortos na terça-feira, enquanto a Onuci informou neste sábado que, entre segunda-feira e quarta-feira, houve 330 vítimas. A Federação Internacional de Direitos Humanos (FIDH) também calculou em 800 o número de mortos e denunciou "as execuções sumárias, os massacres e os atos de pilhagem." As pressões da comunidade internacional para que Gbagbo deixe o poder continuam.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, se uniu na sexta-feira às pressões da União Africana (UA), da União Europeia (UE) e da Comunidade Econômica de Estados da África Ocidental (Cedeao). A Costa do Marfim se encontra à beira de uma guerra civil desde que Gbagbo, eleito presidente em 2000 para cinco anos e que prolongou seu mandato por mais cinco, não aceitou sua derrota para Ouattara no segundo turno do pleito presidencial de 28 de novembro.
Tropas francesas que integram a missão internacional na Costa do Marfim patrulham área de Abidjan
Foto: AP
Tropas que apoiam o ex-presidente Laurent Gbagbo se locomovem em veículo blindado na cidade de Abidjan
Foto: AP
Milicianos leais a Gbagbo patrulham ruas onde enfrentam as forças que defendem o presidente reconhecido internacionalmente, Alassane Ouattara, na capital marfinense
Foto: AFP
Miliciano das forças de Gbagbo combate nas ruas de Abidjan
Foto: AFP
Fumaça é vista sobre o centro de Abidjan, onde as forças de Ouattara enfrentam os milicianos pró-Gbagbo
Foto: Reuters
Miliciano se protege em meio a tiroteio contra as forças leais ao presidente reconhecido, Alassane Ouattara, nos arredores da capital, Abidjan
Foto: AFP
Foto: Terra
Integrante de força leal ao presidente eleito Alassane Ouattara cerca o Palácio Presidencial, em Abidjan
Foto: AFP
Armados, milicianos tentam defender e garantir a permanência do presidente Laurent Gbagbo no poder
Foto: AFP
Desde a noite de quinta, aliados de Alassane Ouattara tentam encurralar o atual governante
Foto: AFP
Forças leais ao presidente reconhecido pela comunidade internacional atuam na capital da província de Yamoussoukro
Foto: Reuters
Militantes do presidente marfinense legitimado pela comunidade internacional, Alassane Ouattara, acompanham discurso do ministro Guillaume Soro em comício, na província de Yamoussoukro
Foto: Reuters
Soldados leais a Laurent Gbagbo patrulham rua em bairro empresarial de Abidjan, na Costa do Marfim, em dia de intensos combates com a oposição
Foto: Reuters
Integrantes das forças apoiadoras do marfinense Alassane Ouattara ficam em posição de guarda, na província de Yamoussoukro
Foto: Reuters
Milicianos aliados a Alassane Ouattara lotam caminhonete durante tensão nas ruas de Abidjan
Foto: AFP
Fumaça paira sobre o céu no centro da capital marfinense enquanto milicianos e militares se enfrentam nas ruas
Foto: Reuters
Blindado das forças de Laurent Gbagbo patrulha as ruas do bairro Deux Pleaux, na capital
Foto: AFP
Tropas não identificadas circulam em caminhonete com armamento pesado
Foto: AP
Foto: Terra
Missão militar francesa patrulha uma rua na região de Abidjan
Foto: Reuters
Missão francesa que vigia regiões da Costa do Marfim foi reforçada e hoje conta com 1,1 mil soldados
Foto: Reuters
Forças leais ao presidente Alessane Ouatarra vigiam região a cerca de 20 km a norte de Abidjan
Foto: Reuters
Clima de instabilidade se instaurou após eleição de Alassane Ouatarra como presidente do país
Foto: Reuters
Fumaça aparece no céu do centro da cidade de Abidja
Foto: Reuters
Foto: Terra
Forças leais ao presidente eleito Alassane Ouattara se preparam para combate na cidade de Abidyán
Foto: EFE
Exército leal ao presidente Alassane Ouattarra se prepara para tomar a cidade de Abidjan
Foto: Reuters
Mulheres com baldes procuram por água na região de Abidjan
Foto: Reuters
Soldado pró-Gbagdo protege o palácio presidencial em Abidjan
Foto: Reuters
Forças leais ao presidente Alassane Ouattara preparam-se para tomar a frente da cidade de Abidjan
Foto: Reuters
Civis levantam as mãos enquanto passam por miliciano das forças aliadas a Laurent Gbagbo em rua próxima ao palácio presidencial, em Abidjan
Foto: Reuters
Soldado patrulha arredores do palácio presidencial tomado pelas forças de Gbagbo
Foto: Reuters
Tropas da França ajudam cidadão francês a se refugiar em base militar de Port Bouet, distrito de Abidjan
Foto: AP
Soldado francês em blindado patrulha as ruas de Abidjan
Foto: AP
Foto: Terra
Civis caminham com os braços levantados para mostrar que não estão armados, em Abidjan
Foto: EFE
Apoiadores de Laurent Gbagbo fazem passeata ao redor do Palácio Presidencial de Adidjan
Foto: Reuters
Apoiadores de Laurent Gbagbo fazem passeata ao redor do Palácio Presidencial de Adidjan
Foto: Reuters
Soldados pró-Gbagbo policiam entorno do Palácio Presidencial de Abidjan
Foto: Reuters
Foto: Terra
Soldados pró-Gbagbo patrulham de carro ruas da capital da Costa do Marfim após os bombardeios da França e da ONU
Foto: Reuters
Soldado leal ao presidente eleito Ouattara observa rua que corta a capital da Costa do Marfim, Abidjan
Foto: Reuters
Moradores do distrito de Abobo, em Abidjan, passam por carro destruído nos conflitos
Foto: AFP
Moradores carregam seus pertences e deixam a cidade de Abidjan devido aos conflitos
Foto: Reuters
Soldado enviado pela ONU à Costa do Marfim faz patrulha nas ruas de Abidjan
Foto: AP
Carros que foram queimados em conflitos ficaram abandonados nas ruas de Abidjan, capital marfinense
Foto: AP
Foto: Terra
Soldados de Alassane Ouattara chegam a ponto de controle de uma das principais entradas de Abidjan
Foto: AP
Soldados de Alassane Ouattara se preparam para confrontos na chegada a ponto de controle de uma das principais entradas de Abidjan
Foto: AP
Soldados leais a Alassane Ouattara chegam a ponto de controle de uma das principais entradas de Abidjan
Foto: AP
Homens capturados pelas forças leais a Alassane Ouattara, e presos por razões desconhecidas, sentam-se perto de um posto de controle, na entrada principal de Abidjan
Foto: AP
Foto: Terra
Soldados leais a Alassane Ouattara, ao lado de homens que foram detidos por razões desconhecidas, chegam à base operacional das forças do presidente reconhecido internacionalmente, em Abidjan
Foto: AP
Soldado aliado a Ouattara mostra cartuchos de munição em uma base operacional de Abidjan
Foto: AP
Prisioneiros são transportados em caminhão pelas forças de Ouattara, em Abidjan
Foto: Reuters
Prisioneiros detidos pelas forças de Ouattara são contados em Abidjan
Foto: Reuters
Moradores passam ao lado de um carro queimado e de soldados leais a Ouattara, em Abidjan
Foto: AP
Moradora passa por soldados leais a Ouattara, que se reuniram para fazer uma refeição, em Abidjan
Foto: AP
Membros da ONU descarregam ajuda de avião enviado do Marrocos, em Duekoue, a 484 km de Abidjan
Foto: AFP
Foto: Terra
Tropas francesas vão para o sul do país; helicópteros franceses atacaram a casa de Laurent Gbagbo em Abidjan
Foto: Reuters
Fumaça sai da residência de Laurent Gbagbo, depois que tropas francesas invadiram o local e prenderam o ex-presidente
Foto: AFP
Foto: Terra
Fogo atinge uma base naval controlada pelo ex-presidente Laurent Gbagbo, em Abidjan
Foto: AFP
Foto: Terra
Cidadãos libaneses pegam avião de volta para o seu país, fugindo dos conflitos na Costa do Marfim
Foto: AFP
Soldados franceses desembarcam de um helicóptero durante operação militar em Abidjan
Foto: AFP
Foto: Terra
Alassane Ouattara, presidente reconhecido internacionalmente, realizou um pronunciamento na TV sobre Gbagbo
Foto: AP
11 de abril - A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, participa de encontro com ministro finlandês em Washington. A captura nesta segunda do ex-homem forte da Costa do Marfim, Laurent Gbagbo, envia um recado a todos os ditadores de que não podem ignorar as vozes de seus povos, afirmou ela
Foto: AP
Foto: Terra
O soldado Abdoulaye Sanogo (frente) usa uma peruca que ele diz ter pego no quarto de Simone Gbagbo, mulher de Laurent Gbagbo, no bairro Youpougon
Foto: AP
Soldados comemoram a prisão de Laurent Gbagbo bebendo champanhe da casa do ex-líder, em Abidjan
Foto: AP
Fumaça sobre o céu do bairro de Youpougon, em Abidjan, onde tiros foram ouvidos
Foto: AP
Moradores fazem fila para que militares republicanos verifiquem seus documentos, a 20 km de Abidjan
Foto: AP
Em Dakar, no Senegal, home lê capas de jornais em uma banca; várias publicações destacaram a prisão de Laurent Gbagbo
Foto: AFP
Presidente Alassane Ouattara se reúne com comandantes no Hotel Golf, em Abidjan, e pede que os combatentes baixem armas após a prisão do ex-líder Laurent Gbagbo, que ser recusava a sair do poder, apesar de derrota nas eleições
Foto: AP
Após prisão do ex-líder Laurent Gbagbo, presidente eleito da Costa do Marfim, Alassane Ouattara, posa para fotos ao lado de comandantes das forças republicanas, no Hotel Golf, em Abidjan
Foto: AP
Ouattara se reúne com o chefe de equipe das forças de Gbagbo, general Philippe Mangou, em Abidjan
Foto: AFP
Novo presidente marfinense discursa durante encontro com generais que antes defendiam Gbagbo
Foto: AP
Foto: Terra
O presidente Alassane Ouattara disse que vai pedir ao Tribunal Penal Internacional (TPI) que investigue as matanças atribuídas a seus seguidores