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Ásia

Polícia afegã nega decapitações de funcionários da ONU

1 abr 2011 - 15h17
(atualizado às 19h03)
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A polícia negou nesta sexta-feira que dois dos funcionários da ONU mortos em um ataque ao escritório do órgão internacional, em Mazar-I-Sharif, tenham sido decapitados. Um porta-voz da polícia, Lal Mohammad Ahmadzai, disse que a afirmação foi desmentida por uma autoridade provincial da polícia, o general Abdul Rauf Taj: "Ninguém foi decapitado. Eles receberam tiros na cabeça", disse.

Homem ferido é carregado por afegãos depois do ataque a um escritório da ONU na cidade de Mazar-i- Sharif
Homem ferido é carregado por afegãos depois do ataque a um escritório da ONU na cidade de Mazar-i- Sharif
Foto: AP

O ataque contra o escritório das Nações Unidas deixou sete funcionários mortos, quatro nepaleses e outros três de diferentes nacionalidades, segundo um registro oficial da ONU, o que faz do ataque o mais mortal contra a ONU no Afeganistão desde 2001.

O porta-voz adjunto Farhan Haq apresentou esse registro nesta sexta-feira à tarde na sede da organização em Nova York. Esse foi também o ataque mais sangrento contra a ONU desde o cometido na Argélia em dezembro 2007, no qual morreram 17 funcionários da ONU. O atentado em Bagdá contra as instalações da ONU no dia 19 de agosto de 2003 matou 22 pessoas, incluindo o brasileiro Sérgio Vieira de Mello, enviado especial da ONU ao Iraque.

"Dos funcionários da Unama (Missão da ONU no Afeganistão) que foram mortos, cinco são nepaleses e dois são europeus, uma mulher e um homem", declarou Atta Mohammad Nour, governador da província de Balkh, da qual Mazar-I-Sharif é a capital. "Cinco manifestantes foram mortos e ao menos 20 ficaram feridos", acrescentou durante uma entrevista coletiva à imprensa, afirmando que "mais de 20 insurgentes envolvidos no ataque foram presos".

"Não estava prevista a chegada da manifestação aos escritórios da Unama, mas um grupo de insurgentes atacou a sede da Unama", explicou o governador.

Um porta-voz da ONU em Nova York confirmou o ataque, indicando que havia "mortos" entre funcionários da ONU, sem especificar seus nomes. Lal Mohammad Ahmadzai afirmou que os insurgentes "talibãs se infiltraram entre os manifestantes".

A manifestação, organizada para protestar contra um pastor integrista americano que queimou o Alcorão, tinha começado às 13h (6h de Brasília), após a tradicional oração desta sexta-feira. Os manifestantes fizeram uma declaração exigindo que o governo afegão "rompa qualquer ligação diplomática com os Estados Unidos se eles não julgarem o pastor que queimou o Alcorão".

Eles pediram ao Parlamento afegão que "declare ilegal a presença de tropas estrangeiras no Afeganistão", onde cerca de 132 mil soldados estrangeiros apoiam o governo de Cabul contra os insurgentes talibãs.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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