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Estados Unidos

Dissidentes cubanos pedem apoio de Jimmy Carter

30 mar 2011 - 12h16
(atualizado às 12h28)
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O ex-presidente americano Jimmy Carter se reuniu nesta quarta-feira com opositores cubanos, que pediram a ele ajuda em sua luta para que Cuba alcance liberdades e avance no respeito aos direitos humanos. Carter, que conclui nesta quarta uma visita privada de três dias, se reuniu com vários ex-presos políticos, integrantes das Damas de Branco, blogueiros como Yoani Sánchez e outros dissidentes, em um hotel do centro histórico de Havana.

Yoani Sánchez, férrea crítica do governo em seu blog "Generación Y", disse ter falado com Carter sobre a necessidade de liberdade de expressão e da internet para os cubanos. Oswaldo Payá, Prêmio Sakharov 2002, comentou ter discutido com toda clareza que a alternativa para Cuba "são os direitos e eleições livres".

O ex-presidente americano se reuniu na véspera com o presidente Raúl Castro, a quem reiterou sua disposição para dialogar em igualdade com Washington para normalizar as relações bilaterais. Nove anos depois de sua primeira visita a Cuba, o ex-presidente, de 86 anos, chegou a Havana na companhia de sua mulher Rosalynn, em missão não governamental.

O ex-presidente buscou durante governo (1977-1981) normalizar as relações com Cuba. Em sua viagem de 2002, Carter teve várias reuniões com o então presidente Fidel Castro, 84 anos, que elogiou sua "ética" em um artigo de imprensa, por isso, não se descartou a possibilidade de ele ser recebido desta vez na casa do líder cubano, agora já aposentado do governo.

O Centro Carter anunciou que a viagem tem um caráter "privado", com o objetivo de obter informações sobre as reformas econômicas impulsionadas por Raúl Castro e analisar caminhos para diminuir a confrontação entre ambos os países, em relações diplomáticas desde 1961.

Apesar de ter havido uma trégua quando Barack Obama chegou ao poder em 2009, o conflito voltou a ocorrer no caso Gross, preso em dezembro desse mesmo ano e condenado no último 12 de março a 15 anos de prisão, acusado de desenvolver um plano de redes de informática clandestinas para socavar o governo comunista.

Mesmo não estando em Cuba em missão oficial, o governo de Obama e a família Gross disseram esperar que Carter, conhecido por seu talento de negociador, busque uma libertação "humanitária" do americano, de 61 anos, e que enfrenta problemas de saúde.

A viagem de Carter coincide com a conclusão de um processo de libertação de meia centena de opositores condenados em 2003, resultado de um inédito diálogo instalado em maio de 2010 entre Raúl Castro e o cardeal Ortega.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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