PUBLICIDADE

Ásia

Traços de iodo radioativo do Japão são detectados na Rússia

29 mar 2011 - 11h12
(atualizado às 11h32)
Compartilhar

Traços do iodo radioativo que vazou da usina nuclear do Japão danificada por um terremoto foram detectados no extremo oriente da Rússia, mas não apresentavam riscos à saúde, disseram autoridades nesta terça-feira.

 Visão aérea mostra os reatores 1, 2 e 3 da usina nuclear de Fukushima Daiichi
Visão aérea mostra os reatores 1, 2 e 3 da usina nuclear de Fukushima Daiichi
Foto: Reuters

Exames do ar na região de Primorye, na Rússia, entre sábado e terça-feira encontraram traços de iodo-131, segundo o diretor do serviço meteorológico da região, Boris Bulai.

"A concentração é mais de 100 vezes menor que o nível aceitável, e portanto não apresenta nenhuma ameaça à saúde das pessoas", afirmou ele ao site da instituição.

Índices de radiação de entre 7 e 16 microroentgens por hora foram detectados em Primorye durante o período, medidas dentro do normal, disse o serviço. Autoridades russas dizem que até 30 microroentgens por hora é considerado seguro.

A capital de Primorye, Vladivostok, é uma cidade de 600 mil habitantes, localizada do outro lado do Mar do Japão, aproximadamente 800 km a noroeste da usina nuclear Fukushima Daiichi.

Depois do terremoto e do tsunami de 11 de março, moradores preocupados no extremo oriente da Rússia buscaram pílulas de iodo para proteger suas glândulas da tireóide, e criaram uma série de fóruns na Internet para monitorar a radiação.

Mas a porta-voz do serviço meteorológico Varvara Koridze disse que o movimento dos ventos desde o desastre indicavam que o iodo-131 detectado na região foi levado pelo vento no sentido leste a partir da usina, e deu a volta no mundo.

"Os ventos sopraram oeste-a-leste e as massas de ar se deslocaram pelos Estados Unidos e Europa", disse ela à Reuters.

Quantidades detectáveis de iodo-131, abaixo dos níveis de preocupação para a saúde humana, foram encontradas em áreas como Islândia, Canadá e alguns estados norte-americanos desde o terremoto de magnitude 9,0 e o tsunami que danificaram gravemente a usina no Japão.

Terremoto e tsunami devastam Japão

Na sexta-feira, 11 de março de 2011, o Japão foi devastado por um terremoto de 9 graus, o maior da história do país. O tremor gerou um tsunami, arrasando inúmeras cidades e províncias da costa nordeste nipônica. Além dos danos imediatos, o país e o mundo convivem com o temor de um desastre nuclear nos reatores de Fukushima. Embora a situação vá se estabilizando, o desfecho e as consequências permanecem incertas.

Juntos, o terremoto e o tsunami já deixaram quase 9 mil mortos e dezenas de milhares de desaparecidos. Os prejuízos materiais devem passar dos US$ 200 bilhões. Em meio a constantes réplicas do terremoto e cortes de energia, o Japão trabalha para garantir a segurança dos sobreviventes, evacuar áreas de risco e, aos poucos, iniciar a reconstrução do país.

Reuters Reuters - Esta publicação inclusive informação e dados são de propriedade intelectual de Reuters. Fica expresamente proibido seu uso ou de seu nome sem a prévia autorização de Reuters. Todos os direitos reservados.
Compartilhar
Publicidade