Embaixador russo na Otan adverte contra 'ocupação' da Líbia
26 mar2011 - 10h00
(atualizado às 16h37)
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O embaixador da Rússia na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Dimitri Rogozin, afirmou neste sábado que qualquer intervenção terrestre na Líbia equivaleria a uma ocupação e disse que a operação militar atualmente em curso deve respeitar e ajustar-se à resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
"Empreender uma operação terrestre seria interpretado como uma ocupação da Líbia, e isto contradiz diretamente os termos da resolução aprovada pelo Conselho de Segurança da ONU", afirmou ele, em Bruxelas, citado pela agência russa Ria Novosti.
As operações da Organização do Tratado do Atlântico Norte na Líbia devem "ser executadas em rígido respeito aos termos da resolução, sem ir além dos limites permitidos", disse o embaixador. A Rússia, que tem direito de veto no Conselho de Segurança, absteve-se da votação do dia 17 de março que aprovou a resolução 1973, autorizando a intervenção da coalizão internacional na Líbia para estabelecer uma zona de exclusão aérea e proteger a população civil.
Já o general de Exército Nikolai Makárov, chefe do Estado-Maior Geral das Forças Armadas da Rússia, não descartou neste sábado que "a coalizão se veja obrigada a empreender uma operação terrestre". "Não a excluiria", disse em declarações à agência Interfax, questionado sobre a possibilidade de uma invasão terrestre por parte das forças da coalizão.
Líbia: de protestos contra Kadafi a guerra civil e intervenção internacional
Motivados pela onda de protestos que levaram à queda os longevos presidentes da Tunísia e do Egito, os líbios começaram a sair às ruas das principais cidades do país em meados de fevereiro para contestar o líder Muammar Kadafi, no comando do país desde a revolução de 1969. Mais de um mês depois, no entanto, os protestos evoluíram para uma guerra civil que cindiu a Líbia em batalhas pelo controle de cidadesestratégicas.
A violência dos confrontos entre as forças de Kadafi e a resistência rebelde, durante os quais milhares morreram e multidões fugiram do país, gerou a reação da comunidade internacional. Após medidas mais simbólicas que efetivas, o Conselho de Segurança da ONU aprovou a instauração de uma zona de exclusão aérea no país. Menos de 48 horas depois, no dia 21 de março, começou a ofensiva da coalizão, com ataques de França, Reino Unido e Estados Unidos.
Com informações da EFE.
"Ainda nem autorizei o uso de munição", observou o líder líbio Muamar Kadafi durante seu pronunciamento proferido nesta terça-feira pela TV estatal
Foto: TV Líbia / AFP
"Muamar Kadafi é o líder da revolução, Muamar Kadafi não tem nenhum posto oficial ao qual renunciar. Ele é o líder da revolução para sempre", repete ele sobre si mesmo; o discurso durou mais de uma hora
Foto: TV Líbia / AFP
"Permanecerei aqui, desafiador", disse, falando da sua residência de Bab al-Aziziya, bombardeada pelos Estados Unidos em 1986 e mostrada de tempos em tempos durante a transmissão
Foto: TV Líbia / AFP
"Que vergonha. Vocês são uma gangue? Liberem Benghazi. Larguem as armas, ou haverá um massacre", disse, enfatizando como os manifestantes estão "destruindo" o país
Foto: TV Líbia / AFP
"Qualquer uso de força contra a autoridade do Estado será sentenciado com a morte", repetia Kadafi enquanto consultava um caderno verde sobre o espaço legal para as sentenças
Foto: TV Líbia / AFP
"Se esses vermes continuarem, a Líbia vai retornar à escuridão dos anos 50", exaltava-se contra os manifestantes. "Vocês querem que os americanos venham e ocupem a Líbia como fizeram no Afeganistão?"
Foto: TV Líbia / AFP
"Muamar Gaddafi não é uma pessoa comum que você pode envenenar, ou contra a qual você pode liderar uma revolução", afirmava enquanto improvisava seu discurso em meio a notas que recebia de terceiros
Foto: TV Líbia / AFP
"O povo líbio está comigo", afirmou Kadafi, convocando seus partidários para uma manifestação na quarta-feira. "Capturem os ratos! Saiam de suas casas e ataquem!", gritou o ditador
Foto: TV Líbia / AFP
"Se vocês amam Kadafi, saiam às ruas da Líbia para protegê-las", falava ele em tentativa de dissuadir a população contra os supostos "inimigos"
Foto: TV Líbia / AFP
"Lutarei até a última gota de sangue com as pessoas atrás de mim", profetizava, enquanto repetia que não deixaria o país e que, se necessário, morreria como um "mártir"
Foto: TV Líbia / AFP
"Nós desafiamos a América com seu poder, nós até mesmo desafiamos o superpoder", afirmava para demonstrar o poder do governo da Líbio
Foto: TV Líbia / AFP
Durante mais de uma hora de improvisos e ameaças, Kadafi tentou demonstrou que aceita fazer concessões aos protestos, indicando que "uma nova adminstração será formada" e que "conselhos municipais" serão criados