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Ásia

Países da UE repreendem comissário de Energia por alarmismo

21 mar 2011 - 12h27
(atualizado às 13h28)
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Vários países da União Europeia (UE) repreenderam nesta segunda-feira o comissário de Energia europeu, Günther Oettinger, por seu alarmismo ao qualificar a situação nuclear no Japão de "apocalíptica" e "catastrófica".

info infográfico situação crítica fukushima
info infográfico situação crítica fukushima
Foto: AFP

"Claro que o comissário Oettinger não teve uma semana muito afortunada", assinalou o ministro da Indústria espanhol, Miguel Sebastián, ao término da reunião extraordinária realizada nesta segunda-feira em Bruxelas com os titulares de Energia europeus.

"Uma coisa é o debate nuclear, que sempre deve ser bem-vindo, outra coisa é exigir condições de segurança e a terceira é criar um alarme injustificado, que não ajuda nem o Japão, nem a Europa, nem a ninguém", ressaltou.

Sebastián espera que o comissário europeu seja mais cuidadoso nesta semana com seus comentários, mas a reação de Oettinger estava sendo discutida em paralelo em outra entrevista coletiva na qual se reafirmou em suas palavras.

"Não me arrependo do que disse", apontou o comissário e raciocinou que, na sua opinião, "é claramente catastrófico" ter "10 mil mortes - mais de 8 mil mortos segundo números oficiais e quase 13 mil desaparecidos - e não poder dar serviços nos hospitais".

A Presidência rotativa da UE, representada pelo ministro de Energia húngaro, Tamas Fellegi, respondeu a Oettinger na mesma entrevista coletiva e insistiu que "convém encontrar um equilíbrio entre informação e alarmismo".

Na mesma linha, pronunciou o titular da Indústria francês, Eric Besson, que considerou um "contratempo" os comentários de Oettinger, sobretudo durante a "luta feroz" dos japoneses por recuperar o controle da usina de Fukushima.

Terremoto e tsunami devastam Japão

Na sexta-feira, 11, o Japão foi devastado por um terremoto que, segundo o USGS, atingiu os 8,9 graus da escala Richter, gerando um tsunami que arrasou a costa nordeste nipônica. Fora os danos imediatos, o perigo atômico permanece o maior desafio. Diversos reatores foram afetados, e a situação é crítica em Fukushima, onde existe o temor de um desastre nuclear.

Juntos, o terremoto e o tsunami já deixaram mais de 8,6 mil mortos e dezenas de milhares de desaparecidos. Além disso, os prejuízos já passam dos US$ 200 bilhões. Em meio a constantes réplicas do terremoto, o Japão trabalha para garantir a segurança dos sobreviventes e, aos poucos, iniciar a reconstrução das áreas devastadas.

EFE   
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