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África

Defesa do Reino Unido insinua que Kadafi poderia ser alvo militar

21 mar 2011 - 05h13
(atualizado às 17h37)
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O ministro da Defesa do Reino Unido, Liam Fox, insinuou em declarações à BBC que o chefe do Estado líbio, Muammar Kadafi, poderia ser ele próprio alvo militar da coalizão. Entrevistado pela emissora pública, Fox explicou que "há uma diferença entre o fato de que alguém seja um alvo legítimo e a decisão de passar ao ataque" porque para isto último "seria preciso levar em conta o que pode acontecer aos civis na área".

Dada a sensitividade dos países da região à operação contra as forças de Kadafi, os ajudantes de Fox apressaram-se a minimizar as declarações, explicando que o ministro quis dizer que aquele poderia ser eliminado por equívoco se estivesse perto de um alvo militar.

O primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, disse repetidamente que "Kadafi tem que ir embora", mas outros membros do governo de coalizão britânico esclareceram no domingo que a saída do ditador líbio não é o objetivo último da operação contra seu regime.

Cindida entre rebeldes e forças de Kadafi, Líbia mergulha em guerra civil

Motivados pela onda de protestos que levaram à queda os longevos presidentes da Tunísia e do Egito, os líbios começaram a sair às ruas das principais cidades do país em meados de fevereiro para contestar o líder Muammar Kadafi, no comando do país desde a revolução de 1969. Entretanto, enquanto os casos tunisiano e egípcio evoluíram e se resolveram principalmente por meio protestos pacíficos, a situação da Líbia tomou contornos bem distintos, beirando uma guerra civil.

Após semanas de violentos confrontos diários em nome do controle de cidades estratégicas, a Líbia se encontrava atualmente dividida entre áreas dominadas pelas forças de Kadafi e redutos da resistência rebeldes. Mais recentemente, no entanto, os revolucionários viram seus grandes avanços a locais como Sirte e o porto petrolífero de Ras Lanuf serem minados no contra-ataque de Kadafi, que retomou áreas no centro da Líbia e se aproxima das portas de Benghazi, a capital da resistência rebelde, no leste líbio.

Essa contra-ofensiva governista mudou a postura da comunidade internacional. Até então adotando medidas mais simbólicas que efetivas, ao Conselho de Segurança da ONU aprovou em 17 de março a determinação de uma zona de exclusão aérea na Líbia. Menos de 48 horas depois, enquanto os confrontos persistiam, França, Reino Unido e Estados Unidos iniciaram ataques. Mais de mil pessoas morreram, e dezenas de milhares já fugiram do país.

EFE   
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