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Estados Unidos

Otan tenta finalizar plano de possível intervenção na Líbia

20 mar 2011 - 19h20
(atualizado em 21/3/2011 às 17h43)
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Os países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) tentam finalizar na noite deste domingo o planejamento de uma possível intervenção militar na Líbia, que por enquanto não decidiram se será executada, segundo disseram à Efe fontes da organização. Os embaixadores dos 28 membros da Aliança, que conta com posturas discordantes sobre uma eventual ação armada contra o regime de Muammar Kadafi, continuam reunidos em Bruxelas discutindo os planos elaborados pelas autoridades militares.

O objetivo da Otan continua sendo fechar ao longo desta noite essa fase de planejamento e deixar tudo pronto para atuar em caso de que seja decidida a intervenção nos próximos dias. "Ainda não se espera para hoje uma decisão sobre a ativação dos planos", explicou uma fonte da coalizão aliada.

Enquanto isso, o governo britânico declarou neste domingo confiar que a Otan substituirá os Estados Unidos na direção e controle das operações militares internacionais para aplicar a zona de exclusão aérea sobre a Líbia. "Espero que ocorra em questão de dias. Tudo depende de chegarmos a um acordo de todas as nações da Otan", disse o titular de Defesa britânico, Liam Fox, em entrevista à BBC.

No entanto, a participação formal da Otan na operação batizada como "Odisseia do Amanhecer" pode ser dificultada pela postura da Turquia e da Alemanha, dois membros que se opuseram até agora ao uso da força na Líbia e que deixaram claro que suas forças não intervirão. Para que a Otan participe da ação internacional contra Kadafi, esses dois Governos teriam que dar seu sinal verde, pois a Aliança toma suas decisões por unanimidade.

Cindida entre rebeldes e forças de Kadafi, Líbia mergulha em guerra civil

Motivados pela onda de protestos que levaram à queda os longevos presidentes da Tunísia e do Egito, os líbios começaram a sair às ruas das principais cidades do país em meados de fevereiro para contestar o líder Muammar Kadafi, no comando do país desde a revolução de 1969. Entretanto, enquanto os casos tunisiano e egípcio evoluíram e se resolveram principalmente por meio protestos pacíficos, a situação da Líbia tomou contornos bem distintos, beirando uma guerra civil.

Após semanas de violentos confrontos diários em nome do controle de cidades estratégicas, a Líbia se encontrava atualmente dividida entre áreas dominadas pelas forças de Kadafi e redutos da resistência rebeldes. Mais recentemente, no entanto, os revolucionários viram seus grandes avanços a locais como Sirte e o porto petrolífero de Ras Lanuf serem minados no contra-ataque de Kadafi, que retomou áreas no centro da Líbia e se aproxima das portas de Benghazi, a capital da resistência rebelde, no leste líbio.

Essa contra-ofensiva governista mudou a postura da comunidade internacional. Até então adotando medidas mais simbólicas que efetivas, ao Conselho de Segurança da ONU aprovou em 17 de março a determinação de uma zona de exclusão aérea na Líbia. Menos de 48 horas depois, enquanto os confrontos persistiam, França, Reino Unido e Estados Unidos iniciaram ataques. Mais de mil pessoas morreram, e dezenas de milhares já fugiram do país.

EFE   
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