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Estados Unidos

EUA negam que objetivo na Líbia seja derrubar Kadafi

20 mar 2011 - 11h06
(atualizado em 22/3/2011 às 11h36)
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O imediato objetivo da coalizão internacional na Líbia é proteger os civis com uma zona de exclusão aérea e não necessariamente tentar derrubar o líder Muammar Kadafi, disse neste domingo o máximo responsável do exército dos Estados Unidos.

"O objetivo (da resolução) do Conselho de Segurança das Nações Unidas realmente é Benghazi e proteger os civis", disse o almirante Michael Mullen à Fox News, referindo-se ao reduto dos rebeldes no leste da Líbia. "Não se trata de ir atrás de Kadafi ou atacá-lo nesse momento em particular", disse Mullen, chefe do Estado Maior Conjunto americano. "Trata-se de alcançar esses estreitos e relativamente limitados objetivos, para que (Kadafi) deixe de matar seu povo e seja possível proporcionar ajuda humanitária", completou.

Esses comentários ocorrem depois que uma coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos, França e Grã-Bretanha iniciou no sábado sua ofensiva contra o regime de Kadafi, enquanto o presidente Barack Obama descartou a mobilização de tropas terrestres no que chamou de uma "ação armada limitada".

Cindida entre rebeldes e forças de Kadafi, Líbia mergulha em guerra civil

Motivados pela onda de protestos que levaram à queda os longevos presidentes da Tunísia e do Egito, os líbios começaram a sair às ruas das principais cidades do país em meados de fevereiro para contestar o líder Muammar Kadafi, no comando do país desde a revolução de 1969. Entretanto, enquanto os casos tunisiano e egípcio evoluíram e se resolveram principalmente por meio protestos pacíficos, a situação da Líbia tomou contornos bem distintos, beirando uma guerra civil.

Após semanas de violentos confrontos diários em nome do controle de cidades estratégicas, a Líbia se encontrava atualmente dividida entre áreas dominadas pelas forças de Kadafi e redutos da resistência rebeldes. Mais recentemente, no entanto, os revolucionários viram seus grandes avanços a locais como Sirte e o porto petrolífero de Ras Lanuf serem minados no contra-ataque de Kadafi, que retomou áreas no centro da Líbia e se aproxima das portas de Benghazi, a capital da resistência rebelde, no leste líbio.

Essa contra-ofensiva governista mudou a postura da comunidade internacional. Até então adotando medidas mais simbólicas que efetivas, ao Conselho de Segurança da ONU aprovou em 17 de março a determinação de uma zona de exclusão aérea na Líbia. Menos de 48 horas depois, enquanto os confrontos persistiam, França, Reino Unido e Estados Unidos iniciaram ataques. Mais de mil pessoas morreram, e dezenas de milhares já fugiram do país.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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