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África

Pequim lamenta ataques das forças conjuntas contra a Líbia

20 mar 2011 - 02h01
(atualizado em 22/3/2011 às 12h10)
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O governo chinês lamentou neste domingo os ataques das forças militares conjuntas contra a Líbia, depois que o país asiático se absteve de votar junto com a Rússia em favor desta decisão no Conselho de Segurança (CS) da ONU, assinalou em comunicado publicado no site do Ministério de Relações Exteriores da China a porta-voz de turno, Jiang Yu.

A China, prossegue a declaração, nunca esteve de acordo com a violência em suas relações internacionais, mas respeita a soberania, a independência e a unidade territorial dos países.

"Esperamos que a Líbia possa restaurar a estabilidade tão em breve quanto seja possível e evitar uma escalada do conflito armado que possa derivar em um maior número de vítimas civis", conclui o breve comunicado na página da Chancelaria.

Com estas palavras, Pequim condenou o ataque aéreo da coalizão das forças conjuntas dos Estados Unidos, França e Reino Unido contra alvos militares na Líbia, onde o líder líbio, Muammar Kadafi, está há semanas atacando a população civil sublevada.

A intervenção militar, chamada "Odisseia do Amanhecer", causou pelo menos 48 mortos e 150 feridos, segundo a imprensa local.

Embora o país asiático tenha apoiado a decisão da ONU para estabilizar a situação, acrescentou então que "tinha graves reservas com partes da resolução", segundo palavras do representante permanente da China na ONU, Li Baodong.

Cindida entre rebeldes e forças de Kadafi, Líbia mergulha em guerra civil

Motivados pela onda de protestos que levaram à queda os longevos presidentes da Tunísia e do Egito, os líbios começaram a sair às ruas das principais cidades do país em meados de fevereiro para contestar o líder Muammar Kadafi, no comando do país desde a revolução de 1969. Entretanto, enquanto os casos tunisiano e egípcio evoluíram e se resolveram principalmente por meio protestos pacíficos, a situação da Líbia tomou contornos bem distintos, beirando uma guerra civil.

Após semanas de violentos confrontos diários em nome do controle de cidades estratégicas, a Líbia se encontrava atualmente dividida entre áreas dominadas pelas forças de Kadafi e redutos da resistência rebeldes. Mais recentemente, no entanto, os revolucionários viram seus grandes avanços a locais como Sirte e o porto petrolífero de Ras Lanuf serem minados no contra-ataque de Kadafi, que retomou áreas no centro da Líbia e se aproxima das portas de Benghazi, a capital da resistência rebelde, no leste líbio.

Essa contra-ofensiva governista mudou a postura da comunidade internacional. Até então adotando medidas mais simbólicas que efetivas, ao Conselho de Segurança da ONU aprovou em 17 de março a determinação de uma zona de exclusão aérea na Líbia. Menos de 48 horas depois, enquanto os confrontos persistiam, França, Reino Unido e Estados Unidos iniciaram ataques. Mais de mil pessoas morreram, e dezenas de milhares já fugiram do país.

info infográfico líbia infromações sobre o país
info infográfico líbia infromações sobre o país
Foto: AFP
EFE   
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