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Merkel confirma: Alemanha não participará de operação líbia

18 mar 2011 - 12h34
(atualizado em 22/3/2011 às 14h24)
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A chanceler alemã, Angela Merkel, reiterou nesta sexta-feira que seu país não participará da operação militar da Otan contra a Líbia, mas ressaltou que compartilha os objetivos finais da resolução que o Conselho de Segurança da ONU adotou na quinta-feira.

"Alemanha não participará das medidas militares, mas compartilha os objetivos da resolução", assegurou a chanceler em um comparecimento perante a imprensa.

No entanto, a chefe do Governo alemão acrescentou que não se pode confundir a decisão alemã de "não tomar parte" na operação com "a neutralidade" de seu país a respeito deste assunto.

A chanceler aproveitou seu discurso para confirmar que participará da cúpula extraordinária para abordar a crise líbia que convocou em urgência o presidente francês, Nicolas Sarkozy, para sábado em Paris.

Merkel e seu ministro da Defesa, Thomas de Maizière, decidiram horas antes que a Alemanha não participará com soldados na citada operação, mas concordaram em substituir com seus soldados os de outros países que saiam do Afeganistão para ir à Líbia.

Segundo tinham indicado previamente círculos governamentais, a Alemanha proporá a seus parceiros da comunidade internacional, provavelmente no encontro de sábado, que militares das Forças Armadas alemãs (Bundeswehr) substituam especialistas de outros exércitos como especialistas das aeronaves "Awacs" de acompanhamento e espionagem aérea.

No entanto, esta medida precisa ser ratificada pelo Parlamento alemão (Bundestag) para poder ser aplicada.

O Governo de centro-direita de Merkel deseja contar com o pertinente mandato parlamentar na próxima semana, um trâmite legal que não deveria ser um obstáculo devido a maioria suficiente que desfruta a coalizão governante de conservadores e liberais na câmara baixa.

Por sua parte, o ministro de Exteriores, Guido Westerwelle, reiterou em um discurso no Bundestag a posição oficial do Executivo alemão, que foi encerrada com a abstenção da Alemanha na votação do Conselho de Segurança da ONU.

O ministro assegurou que a Alemanha está de acordo com o endurecimento das sanções contra Muammar Kadafi que prevê a resolução do Conselho de Segurança da ONU e enfrentar o ditador africano com o Tribunal Penal Internacional (TPI).

No entanto, o gabinete de Merkel se mostra reticente a realizar uma intervenção militar no país, uma medida que considera que criará mais problemas dos que resolver, segundo o próprio ministro de Exteriores.

Líbios enfrentam repressão e desafiam Kadafi

Motivados pela onda de protestos que levaram à queda os longevos presidentes da Tunísia e do Egito, os líbios começaram a sair às ruas das principais cidades do país há quase um mês para pedir a renúncia do líder Muammar Kadafi, no comando do país desde a revolução de 1969. Entretanto, se tunisianos e egípcios fizeram história através de embates com as forças oficiais e, principalmente, protestos pacíficos por democracia, a situação da Líbia já toma contornos bem distintos.

Diferentemente da queda de Hosni Mubarak, cujo símbolo foi a aglomeração sistemática de centenas de milhares de manifestantes no centro do Cairo, a contestação de Kadafi tem levado a Líbia a uma situação próxima de uma guerra civil. Após a realização de protestos em grandes cidade, como Trípoli e Benghazi, o litoral mediterrânico da Líbia virou cenário de uma batalha diária entre as forças do coronel e a resistência rebelde pelo controle das cidades, como Sirte- cidade natal de Kadafi - e a petrolífera Ras Lanuf.

Não há números oficiais, mas estima-se que mais de mil pessoas já tenham morrido desde meados de fevereiro. A onda de violência, por sua vez, gerou um êxodo de mais de pelo menos 100 mil pessoas, muitas das quais fogem pelas fronteiras egípcia e tunisiana. Esses números, aliados à brutalidade dos confrontos - como, por exemplo, o bombardeio a cidades rebeldes - vêm mobilizando lideranças da comunidade internacional, que cogitam a instauração de uma zona de exclusão aérea na Líbia, mas ainda não acenam para uma intervenção no país.

EFE   
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