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Ásia

Comissário europeu prevê falhas em centrais nucleares da UE

17 mar 2011 - 14h33
(atualizado às 15h39)
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O comissário europeu que chamou de "apocalipse" o acidente nuclear no Japão, Guenther Oettinger, previu nesta quinta-feira que as futuras análises sobre as centrais europeias revelarão falhas de segurança, o que provocou um grande descontentamento na França. "Creio que os testes de resistência que queremos realizar em todos os reatores nucleares mostrarão que nem todos eles cumprem os padrões máximos de segurança", declarou Oettinger, comissário de Energia, em uma entrevista concedida à rede franco-alemã Arte.

Uma série de pequemos incêndios foi registrado entre os lares e escombros submersos nas águas do tsunami, em Sendai,na região de Miyagi, logo após a costa do Japão ser atingida por um terremoto
Uma série de pequemos incêndios foi registrado entre os lares e escombros submersos nas águas do tsunami, em Sendai,na região de Miyagi, logo após a costa do Japão ser atingida por um terremoto
Foto: AP

A União Europeia (UE) decidiu esta semana testar a resistência de suas centrais nucleares ante a eventualidade de terremotos, tsunamis ou atentados terroristas, como medida preventiva após o acidente ocorrido na central japonesa de Fukushima. "Um ou mais dos 143 reatores (na Europa) não estarão à altura", acrescentou o comissário alemão, sem citar as centrais que tinha em mente.

Os comentários de Oettinger irritaram o governo da França, que possui 58 reatores, o maior número na Europa. "Fico surpreso com essas declarações que poderão suscitar temores entre nossos cidadãos e desacreditar a indústria nuclear", criticou o ministro francês da Energia, Eric Besson. "Afirmar sem prova alguma que alguns reatores não passarão nos testes de segurança, é, no mínimo, surpreendente", afirmou Besson à AFP.

Oettinger já tinha feito declarações polêmicas ao chamar de "apocalipse" o acidente nuclear no Japão, afirmando que "praticamente tudo está fora de controle" na central de Fukushima.

Terremoto e tsunami devastam Japão

Na sexta-feira, 11, o Japão foi devastado por um terremoto que, segundo o USGS, atingiu os 8,9 graus da escala Richter, gerando um tsunami que arrasou a costa nordeste nipônica. Fora os danos imediatos, o perigo atômico permanece o maior desafio. Diversos reatores foram afetados, e a situação é crítica em Fukushima, onde existe o temor de um desastre nuclear.

Juntos, o terremoto e o tsunami já deixaram mais de 4,3 mil mortos e dezenas de milhares de desaparecidos. Além disso, os prejuízos podem chegar a US$ 200 bilhões. Em meio a constantes réplicas do terremoto, o Japão trabalha para garantir a segurança dos sobreviventes e, aos poucos, iniciar a reconstrução das áreas devastadas.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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