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Oriente Médio

Em resposta a atentado, Israel aprova 500 casas em colônias judias

13 mar 2011 - 06h02
(atualizado às 15h07)
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Israel aprovou a construção de 500 novas casas em colônias judias no território ocupado da Cisjordânia, em resposta ao assassinato no sábado, no assentamento de Itamar, de cinco israelenses da mesma família."A comissão ministerial encarregada dos assentamentos decidiu avalizar a construção vários centenas de unidades habitacionais em Gush Etzion, Maale Adoumim, Ariel e Kyriat Sefer", disse a nota do escritório do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, divulgada neste domingo.

As casas serão erguidas em Gush Etzion, perto de Belém; Maaleh Adumim, ao leste de Jerusalém; Ariel, no norte da Cisjordânia e Kiryat Sefer, ao noroeste de Jerusalém, disse o Executivo em mensagem. Essas quatro colônias são as mais povoadas da Cisjordânia.

A decisão, anunciada neste domingo, foi tomada sábado à noite por uma equipe interministerial em resposta ao atentado na madrugada da sexta-feira para sábado, que gerou comoção por sua crueldade e espalhou o medo que se retorne aos níveis de violência dos anos mais duros da segunda Intifada.

Um pai de família, Ehud Vogel, de 36 anos, sua esposa Ruth, de 35, e seus filhos, Yoav (11 anos), Elad (3 anos) e Hadass (3 meses) morreram apunhalados em suas camas, na colônia de Itamar, perto de Nablus, norte da Cisjordânia. Outras duas crianças, de quatro e dois anos de idade, que estavam em casa, escaparam da matança. Outra filha da família, de dez anos, encontrou os corpos ao voltar para casa tarde e avisou os vizinhos. O funeral acontece neste domingo no cemitério Har Haenujot de Jerusalém.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, exigiu da Autoridade Palestina "que ajude a encontrar e punir os assassinos" e pediu o "cessar da incitação (à violência) nas mesquitas e nos meios de comunicação sob seu controle". "Israel agirá com firmeza para defender a população israelense e punir os assassinos", anunciou Netanyahu, que ordenou ao exército e aos serviços de segurança que "atuem em todas as direções para capturar os terroristas".Também pediu aos colonos para "não fazer justiça com as próprias mãos".

O primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, e o titular da Defesa, Ehud Barak, participaram no sábado à noite na discussão das respostas ao ataque, entre as quais se avaliou também começar uma nova colônia judia ou ampliar Itamar. No final, no entanto, prevaleceu a proposta de Barak, segundo o jornal Haaretz. Netanyahu notificou na noite deste sábado a decisão à Casa Branca.

A Autoridade Palestina reagiu, "condenando energicamente" neste domingo a decisão do governo israelense de acelerar a colonização.Israel havia prometido punir os autores do assassinato de uma família de colonos, praticado na noite de sexta-feira na Cisjordânia e atribuído a palestinos, exigindo da Autoridade Palestina que detenha os culpados.

Enquanto isso, as forças de segurança israelenses continuam em busca dos autores do atentado com um extenso dispositivo e um cerco em torno da cidade palestina de Nablus, no norte da Cisjordânia.

Cerca de 20 palestinos já foram detidos em diferentes localidades em torno de Itamar. "Não descansaremos até pegar os assassinos", deixou claro o chefe do Estado-Maior, Benny Gantz, em comunicado.

O primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, participou da discussão das respostas ao ataque com outros dirigentes israelenses
O primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, participou da discussão das respostas ao ataque com outros dirigentes israelenses
Foto: AFP
EFE   
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