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Distúrbios no Mundo Árabe

Rebeldes avançam à cidade natal de Kadafi; líder cerca Zawiya

5 mar 2011 - 16h57
(atualizado às 19h17)
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Os milicianos rebeldes líbios avançaram neste sábado rumo a Syrte, enquanto as forças de Kadafi intensificaram o cerco na localidade rebelde de Zawiya, a 92 km da capital, onde mais de 200 pessoas teriam morrido, segundo fontes médicas. Al Agila, Ras Lanuf e Ben Jawad, esta última a 160 km ao leste de Syrte, caíram sob controle rebelde nos últimos dias, depois que forças fiéis a Kadafi lançaram, na quarta-feira passada, uma ofensiva sem sucesso contra o enclave petroleiro de Brega (cidade líbia), em mãos da oposição.

Rebeldes abrem fogo com uma arma anti-aérea em Bin Jawad
Rebeldes abrem fogo com uma arma anti-aérea em Bin Jawad
Foto: Reuters

Após repelir o ataque de Kadafi, em apenas três dias, os rebeldes conseguiram avançar 180 km ao longo da costa mediterrânea. Desde então e segundo o diretor do centro de informação da oposição rebelde em Benghazi, Mohamed Salem Musa, os milicianos que avançam desorganizados, mas com grande determinação, sofreram pelo menos 24 baixas.

Além disso, o diretor do centro de informação, indicou que no quartel das forças fiéis a Kadafi de Ras Lanuf foram encontrados, nas últimas horas, os corpos de 50 uniformizados amarrados e com marcas de tiro. "Foram assassinados por não quererem enfrentar as forças revolucionárias", assegurou Musa.

Abdel Salam al Feituni, treinador físico, conta que seu irmão Ashraf, 48 anos, e dois sobrinhos, Ahmad, 19 anos, e Salah, 25 anos, se uniram há quatro dias às milícias rebeldes em Ajdabiya, onde receberam treinamento militar durante dois dias. "Eu mesmo os levei até Ajdabiya onde se uniram aos revolucionários", diz Al Feituni, campeão nacional de levantamento de peso e que há 14 dias se encarrega de dividir ajuda econômica, médica e alimentos entre os mais pobres e os hospitais da cidade.

Ele afirmou que seu irmão e seus sobrinhos já se encontram em Ben Jawad e ressalta que, em breve, chegarão a Syrte, cidade natal de Kadafi, onde são aguardados pela "Brigada Khamis" criada pelo filho de Kadafi Khamis Moamar. "Sabemos que ocorrerão muitas mortes, mas não nos preocupamos, é normal", diz sem nenhuma alteração.

O avanço rebelde no leste contrasta com a feroz ofensiva das forças leais a Kadafi em Zawiya. Os carros de combate dispararam contra vários edifícios, segundo a televisão Al Jazeera. De acordo com o canal, na ofensiva na qual intervieram 25 carros de combate morreram mais de 200 pessoas, informaram fontes médicas à rede, e muitas ficaram feridas nos enfrentamentos dos dois últimos dias.

Um oficial das forças fiéis a Kadafi declarou à rede de televisão que os sitiados "não têm saída", o que aumenta o temor pelos milicianos presos no interior da praça dos Mártires. Enquanto os enfrentamentos continuam, em Benghazi foi constituído o Conselho Nacional provisório de transição, anunciado no último dia 27 de fevereiro e que é integrado, em sua maioria, por representantes de cidades do oeste do país, em grande parte controladas por Kadafi.

Segundo o membro da Coalizão da Revolução de 17 de Fevereiro, Issam Geriani, seus nomes não serão divulgados por motivos de segurança, já que de acordo com ele, nos últimos dias mil opositores ao regime líbio foram detidos em Trípoli, principal reduto do líder líbio.

Este Conselho Nacional é dirigido pelo ex-ministro da Justiça Mustafa Abdulyalil e seu porta-voz e vice-presidente é Abdelhafiz Ghoga, que também ocupa o cargo de porta-voz da coalizão da revolução, encarregada de coordenar os conselhos locais das cidades controladas pelos rebeldes. Este órgão, que já anunciou que solicitaria ajuda internacional para lançar ataques aéreos específicos contra as forças de Kadafi, manteve neste sábado sua primeira reunião para tentar avançar no plano político rumo à formação de um governo alternativo ao de Kadafi e que seja reconhecido internacionalmente.

EFE   
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