Merkel justifica derrota de partido como algo especificamente local
A chanceler alemã Angela Merkel interpretou nesta segunda-feira a dura derrota sofrida por seu partido, a União Democrata-Cristã (CDU), nas eleições regionais de Hamburgo como algo especificamente local, que não representa uma tendência aplicável às outras votações que ocorrerão neste ano.
Merkel, que concedeu declarações à imprensa após analisar os resultados com a cúpula da legenda, agradeceu ao derrotado prefeito governador de Hamburgo, Christop Ahlhaus, pela campanha eleitoral que, segundo disse, teve que antecipar em circunstâncias muito difíceis.
A chanceler lembrou como Ahlhaus havia assumido a chefia de governo pouco depois da derrota de um plebiscito sobre a reforma escolar e com o difícil papel de substituir o carismático Ole von Beust no cargo.
Além disso, a reforma escolar, de acordo com Merkel, era algo que foi feito mais como uma concessão ao Partido Verde e que provavelmente causou decepção em muitos eleitores tradicionais da CDU.
"Não acho que nossos eleitores tenham votado pelos social-democratas, mas muitos decepcionados ficaram em casa", disse Merkel.
Outros fatores que podem ter aumentado a insatisfação foram a demissão de Von Beust e a saída dos Verdes da coalizão, o que, segundo a chanceler, acarretou em uma perda de confiança no governo.
O Partido Social-Democrata (SPD) obteve 48,4% dos votos, que proporcionam 62 das 121 cadeiras do Parlamento regional. A CDU obteve 21,9%, - seu pior resultado desde o pós-guerra - Os Verdes 11,2%, o Partido Liberal 6,6% e o Partido de Esquerda 6,4%.
Apesar da tentativa de Merkel de dar à derrota de Hamburgo explicações meramente locais e regionais, durante a coletiva os jornalistas insistiram nas possíveis relações entre o ocorrido na cidade e o momento que o governo federal vive.
Assim, a grande maioria das perguntas formuladas mencionava um possível "efeito Guttenberg", em relação às acusações contra o ministro da Defesa, Karl-Theodor zu Guttenberg, de ter cometido plágio em sua tese de doutorado.
"Com todo respeito a Karl-Theodor zu Guttenberg, não acho que seu efeito tenha sido importante, como também não acho que o meu tenha sido significativo", avaliou Merkel.