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Ásia

Polícia chinesa dispersa "revolução do jasmim" em Pequim

20 fev 2011 - 06h05
(atualizado às 09h37)
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A polícia chinesa dispersou neste domingo, dia 20 de fevereiro, uma manifestação em uma rua central de Pequim, convocada para iniciar uma "revolução do jasmim", como as que se estendem por países árabes, informaram páginas na internet chinesas e a agência oficial

Dezenas de pessoas se concentraram por volta das 14h (3h de Brasília) na rua de Wangfujing, principal artéria comercial de Pequim
Dezenas de pessoas se concentraram por volta das 14h (3h de Brasília) na rua de Wangfujing, principal artéria comercial de Pequim
Foto: Reuters
Xinhua

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A agência confirmou que várias dezenas de pessoas se concentraram por volta das 14h (3h de Brasília) na rua de Wangfujing, principal artéria comercial da cidade, situada a poucas centenas de metros da Praça da Paz Celestial, sede dos famosos protestos pró-democracia de 1989.

Não houve confrontos violentos quando os agentes chegaram para dissolver o protesto, pois segundo a informação os manifestantes "se dispersaram quando a polícia chegou". Alguns vídeos do protesto foram colocados na Internet sob o título "revolução do jasmim".

O jasmim, símbolo dos protestos dos últimos meses no mundo árabe, também é um importante elemento da cultura chinesa: protagoniza uma de suas mais conhecidas canções tradicionais, e essa melodia foi interpretada em dezembro durante a cerimônia de entrega do Nobel da Paz ao dissidente Liu Xiaobo, que não pôde comparecer por estar preso.

Apesar da censura chinesa ter tentado inclusive bloquear a palavra "jasmim" em alguns foruns da internet, se tinham publicado convocações para o protesto em páginas como Boxun, onde se pedia aos manifestantes que cantassem palavras de ordem pedindo trabalho, casa, alimentos e justiça.

Trata-se do primeiro protesto que acontece na China como eco dos que estes dias houve em Tunísia, Egito, Iêmen, Líbia, Barein e outros países árabes, e que nos dois primeiros casos causaram a queda de ditaduras que estavam várias décadas no poder.

O governo chinês teme que nos próximos meses aumente a instabilidade social, mais por causa de circunstâncias políticas pela crescente inflação no país, que produziu aumentos de preços dos alimentos de até 10% anualizado e uma alta do IPC de 4,5% em janeiro passado.

EFE   
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