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Oriente Médio

Após Egito, mais três países árabes vivem dia de protestos

14 fev 2011 - 20h26
(atualizado às 21h54)
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Estimulados pelos recentes acontecimentos no Egito, outros três países árabes registraram nesta segunda-feira manifestações populares de oposição a seus governos. No quarto dia consecutivo de protestos no Iêmen, centenas de opositores entraram em choque com a polícia e com apoiadores do governo, ao sul da capital do país, Sanaa. Os opositores pedem reformas políticas e a renúncia do presidente Ali Abdullah Saleh.

Estudantes e advogados protestam e pedem a renúncia de Ali Abdallah Saleh, em Sanaa, no Iêmen
Estudantes e advogados protestam e pedem a renúncia de Ali Abdallah Saleh, em Sanaa, no Iêmen
Foto: AFP

Na Argélia, centenas de jovens saíram às ruas para protestar pelo que consideram falhas do governo em prover empregos para a população. Houve confrontos entre os manifestantes e a polícia, que reprimiu a marcha com gás lacrimogêneo. Dezenas de pessoas pessoas ficaram feridas. No sábado, na capital Argel, a polícia argelina já havia dispersado milhares de pessoas que protestavam contra o presidente Abdelaziz Bouteflika.

E Bahrein, no golfo Pérsico, também viveu um dia de violência nesta segunda. Há relatos de que ao menos uma pessoa tenha morrido nos enfrentamentos entre manifestantes, que tentavam chegar à capital Manama, e forças de segurança. Os manifestantes exigem mais liberdades democráticas, e a maioria xiita do país também se queixa de suposta discriminação por parte da dinastia sunita que os governa.

Depois de Mubarak, Ali

Os protestos são inspirados nas manifestações que tiveram início no Egito no dia 25 de janeiro e que levaram à queda do presidente Hosni Mubarak. Antes disso, na Tunísia, uma série de levantes da população forçou a renúncia do presidente Zine Al-Abidine Ben Ali no mês passado.

No Iêmen, o grito de guerra dos manifestantes era "Depois de Mubarak, Ali", em referência a seu presidente, Ali Abdullah Saleh. Policiais e cidadãos se enfrentaram com pedras e gás lacrimogêneo nesta segunda.

O correspondente da BBC Abdullah Gorab e seu cinegrafista ficaram feridos na manifestação e tiveram que fugir da polícia. "Estou sangrando na cabeça. Os policiais que acompanhavam uma autoridade correram atrás de mim e pediram a 50 manifestantes do partido governista que batessem em nós", relatou Gorab.

Acredita-se que Saleh esteja preparando negociações com a oposição para possíveis reformas políticas, numa tentativa de evitar o mesmo desfecho dos protestos no Egito e na Tunísia.

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