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Presidente egípcio não deve transferir cargo ao vice, diz premiê

4 fev 2011 - 15h51
(atualizado às 16h33)
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O primeiro-ministro do Egito, Ahmed Shafiq, disse nesta sexta-feira que é improvável que o presidente Hosni Mubarak transfira o cargo para o recém nomeado vice-presidente do país, informou a rede de TV Al Arabiya.

Carro de polícia atropela pedestres no Egito; veja:

Os Estados Unidos pressionam para uma transição ordenada do poder no Egito após centenas de milhares de manifestantes terem protestado nas ruas de várias cidades do país, exigindo a saída de Mubarak, há 30 anos no poder.

"Precisamos do presidente por razões legislativas", disse Shafiq, segundo a Al Arabiya. Mubarak nomeou Omar Suleiman como vice-presidente após a pressão de manifestantes, preenchendo o cargo que estava vago desde que assumiu a Presidência.

Protestos convulsionam o Egito

Desde o último dia 25 de janeiro - data que ganhou um caráter histórico, principalmente na internet, principalmente pelo uso da hashtag #Jan25 no Twitter -, os egípcios protestam pela saída do presidente Hosni Mubarak, que está há 30 anos no poder. No dia 28 as manifestações ganharam uma nova dimensão, fazendo o governo cortar o acesso à rede e declarar toque de recolher. As medidas foram ignoradas pela população, mas Mubarak disse que não sairia. Limitou-se a dizer que buscaria "reformas democráticas" para responder aos anseios da população a partir da formação de um novo governo.

A partir do dia 29, um sábado, a nova administração foi anunciada. A medida, mais uma vez, não surtiu efeito, e os protestos continuaram. O presidente egípcio se reuniu com militares e anunciou o retorno da polícia antimotins. Enquanto isso, a oposição seguiu se organizando. O líder opositor Mohamad ElBaradei garantiu que "a mudança chegará" para o Egito. Já os Irmãos Muçulmanos disseram que não iriam dialogar com o novo governo. Na terça, dia 1º de fevereiro, dezenas de milharesde pessoas se reuniram na praça Tahrir para exigir a renúncia de Mubarak.

A grandeza dos protestos levou o líder egípcio a anunciar que não participaria das próximas eleições, para delírio da massa reunida no centro do Cairo. O dia seguinte, 2 de fevereiro, no entanto, foi novamente de caos na capital. Manifestantes pró e contra Mubarak travaram uma batalha campal na praça Tahrir com pedras, paus, facas e barras de ferro. O número de mortos é incerto, entre seis e dez, e mais de 800 ficaram feridos. No dia 3, o governo disse ter iniciado um diálogo. A oposição negou. O premiê Ahmed Shafiq foi à TV e disse que a violência contribui para a "destruição do Egito". Sem maiores confrontos, o terror passou para o lado de alguns jornalistas, que foram agredidos, roubados e obrigados a sair do país.



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