PUBLICIDADE

Mundo

Mubarak está determinado e teme humilhação, diz Omar Sharif

1 fev 2011 - 12h05
(atualizado às 12h42)
Compartilhar

O ator egípcio Omar Sharif estimou nesta terça-feira, em entrevista à rede BBC, que o presidente egípcio Hosni Mubarak, no poder desde 1981 e cuja renúncia é exigida pelos manifestantes que paralisam o país há uma semana, "está determinado a não sair", com medo de ser "humilhado".

Egito: brasileiras filmam tanques na rua da janela do hotel:

"Acho que Mubarak está determinado a não sair. Não quer ser humilhado", declarou Omar Sharif à emissora britânica.

"Acredito que a maioria do povo egípcio, se votar, se pronunciará contra Mubarak. Tenho certeza", acrescentou o ator, que alcançou a fama mundial graças a filmes como Doctor Jivago e Lawrence da Arábia.

A população "quer gente nova e quer uma verdadeira democracia, o que é maravilhoso (...) porque nunca haviam pensado antes na democracia", afirmou.

Protestos convulsionam o Egito

A onda de protestos contra o presidente Hosni Mubarak, iniciados em 25 de janeiro, tomou nova dimensão no dia 29. O governo havia tentado impedir a mobilização cortando a internet, mas a medida não surtiu efeito. O líder então enviou tanques às ruas e anunciou um toque de recolher - ignorado pela população - e disse que não renunciaria. Além disso, defendeu a repressão e anunciou um novo governo, que buscaria "reformas democráticas". A declaração foi seguida de um pronunciamento de Barack Obama, que pediu a Mubarak que fizesse valer sua promessa de democracia.

O governo encabeçado pelo premiê Ahmed Nazif confirmou sua renúncia na manhã de sábado. Passaram a fazer parte do novo governo o premiê Ahmed Shafiq, general que até então ocupava o cargo de Ministro de Aviação Civil, e o também general Omar Suleiman, que inaugura o cargo de vice-presidente do Egito - posto inexistente no país desde o início do governo de Mubarak, em 1981. No domingo, o presidente egípcio se reuniu com militares e anunciou o retorno da política antimotins. A emissora Al Jazeera, que vinha cobrindo de perto os tumultos, foi impedida de funcionar.

Enquanto isso, a oposição segue se articulando em direção a um possível novo governo para o país. Em um dos momentos mais marcantes desde o início dos protestos, ElBaradei discursou na praça Tahrir e garantiu que "a mudança chegará" para o Egito. Na segunda-feira, o principal grupo opositor, os Irmãos Muçulmanos, disse que não vão dialogar com o novo governo. Depois de um domingo sem enfrentamentos, os organizadores dos protestos convocaram uma enorme mobilização para a terça, dia 1º de fevereiro. Uma semana após o início dos protestos, a alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay, disse que informações não confirmadas sugerem que até 300 pessoas podem ter morrido e que há mais de 3 mil feridos do país.



AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
Compartilhar
Publicidade