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Mundo

Tunísia: 219 morrem e 510 ficam feridos durante manifestações

1 fev 2011 - 09h33
(atualizado às 09h54)
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Pelo menos 219 pessoas morreram e 510 ficaram feridas durante as manifestações e distúrbios que provocaram a queda do presidente tunisiano Zine El Abidine Ben Ali, anunciou em Túnis o chefe da missão do Alto Comissariado para os Direitos Humanos da ONU.

Manifestante joga bomba de gás lacrimogêneo durante confronto com policiais em Regueb
Manifestante joga bomba de gás lacrimogêneo durante confronto com policiais em Regueb
Foto: AFP

Durante uma entrevista coletiva, Bacre Ndiaye afirmou que 147 pessoas morreram desde o início dos distúrbios em Túnis, em meados de dezembro, e 72 pessoas nas prisões.

"Segundo os números mais recentes, 147 pessoas morreram e 510 ficaram feridas. Estes números não incluem as vítimas nas prisões", disse.

Ndiaye afirmou que os números ainda são "provisórios" e que a ONU prossegue com as investigações.

O balanço anterior registrava pelo menos 100 mortos.

Momento histórico

A Tunísia começou a viver um forte turbulência social há cerca de quatro semanas, quando jovens e estudantes iniciaram protestos contra os altos índices de desemprego na ruas da capital Túnis. As manifestações logo tomaram vulto e assumiram uma conotação política, criticando a falta de liberdade política no país.

O governo se viu obrigado a agir. Em meio a pedidos de calma à população, o então presidente Ben Ali anunciou o fechamento de universidades e escolas, enquanto o Exército saía às ruas para frear as manifestações. Passaram a haver confrontos regulares, gerando um número ainda incerto de mortos, mas que já passa de 70, segundo dados do governo.

As medidas não foram suficientes, e Ben Ali se viu obrigado a deixar a Tunísia na última sexta-feira, 14 de janeiro, passando o controle do país para o Exército e o comando interino do governo para o primeiro-ministro, Mohammed Ghannouchi. Com a fuga, encerra-se um longo período de governo, iniciado em 1987 e durante o qual Ben Ali se reelegeu diversas vezes.

Sem a presença do ex-ditator, a Tunísia começa a caminhar na direção de um novo cenário político. Na segunda-feira, 16 de janeiro, o comando interino tunisiano convocou a formação de um governo de união nacional para funcionar durante o período transitório até as próximas eleições, convocadas para dentro de seis meses. Presos políticos também receberam anistia, e todos os partidos políticos serão legalizados.



AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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