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Mundo

Egípcios desafiam toque de recolher com mais protestos

29 jan 2011 - 11h58
(atualizado às 13h35)
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O Exército do Egito anunciou a extensão do toque de recolher no país neste sábado. O toque de recolher agora começa as 16h (horário local, meio da manhã no horário de Brasília) até as 8h da manhã seguinte na capital, Cairo, e nas cidades de Alexandria e Suez. Neste sábado milhares de manifestantes se reuniram no centro do Cairo e ocorreram confrontos com as forças de segurança. Alexandria também teve protestos.

Os manifestantes voltaram às ruas pelo quinto dia consecutivo pedindo a renúncia do presidente egípcio, Hosni Mubarak. A extensão do toque de recolher foi anunciada logo depois da renúncia do gabinete de governo. A renúncia formal foi apresentada neste sábado e há informações de que o atual ministro do Investimento, Comércio e Indústria, Racheed Mohamad Racheed, poderá ser nomeado o novo primeiro-ministro do Egito.

Na noite de sexta-feira, Mubarak fez o primeiro pronunciamento desde o início da onda de manifestações. No discurso transmitido pela televisão, Mubarak anunciou a dissolução do governo. O presidente deve anunciar o novo gabinete ainda neste sábado.

Tanques e blindados

Segundo fontes médicas, ao menos 13 pessoas morreram em Suez e cinco morreram no Cairo em confrontos na sexta-feira, o que eleva para 26 o total de mortes ocorridas desde que os protestos se iniciaram, na terça-feira. Os tanques e veículos blindados estão nas ruas do Cairo neste sábado, em locais onde ocorreram incêndios e choques entre manifestantes e forças de segurança nos dias de protestos.

A praça Tahrir é o principal centro de protestos contra o presidente Mubarak. Os serviços de telefonia celular foram retomados na capital egípcia, mas a internet continua bloqueada. Em Suez, os soldados estão nas ruas depois que a polícia e autoridades da cidade fugiram da violência dos protestos da sexta-feira. A principal delegacia de polícia da cidade foi incendiada.

Há informações de que em Alexandria, no norte do Egito, milhares de manifestantes estão nas ruas e confrontos estão ocorrendo na cidade. Outros relatos dão conta de que o líder da oposição e Nobel da Paz Mohamed ElBaradei estaria sendo mantido em prisão domiciliar, mas a versão não foi confirmada oficialmente. ElBaradei, ex-diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), chegou ao Cairo na quinta-feira para se juntar às manifestações.

Novo governo

No primeiro pronunciamento desde o início da onda de manifestações, o presidente, Hosni Mubarak, anunciou na sexta-feira a dissolução do governo. Mubarak deve nomear o novo gabinete ainda neste sábado. Em discurso transmitido pela TV estatal, Mubarak, que está no poder desde 1981, disse ainda que os protestos não estariam ocorrendo caso seu governo não tivesse introduzido liberdades civis e de imprensa no país.

Ele defendeu a atuação das forças de segurança na repressão das manifestações e afirmou que não permitiria que o Egito, país tão importante para o norte da África e o Oriente Médio, seja desestabilizado. O discurso de Mubarak ocorreu enquanto milhares de manifestantes desafiavam um toque de recolher imposto no país nesta sexta-feira, apesar da presença de militares nas ruas. Durante a madrugada ocorreram incêndios e saques às lojas da capital.

O Exército cercou o Museu Nacional do Egito, que fica próximo da sede do partido do governo, o Partido Nacional Democrático, incendiada pelos manifestantes. A operação no museu visa proteger os tesouros históricos do país, como a máscara de ouro do faraó Tutankhamon. Os manifestantes também cercaram os prédios do Ministério das Relações Exteriores e da TV estatal durante a noite.

Manifestantes desafiam toque de recolher
Manifestantes desafiam toque de recolher
Foto: AP
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