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Mundo

Situação no Egito será solucionada pelos egípcios, dizem EUA

28 jan 2011 - 18h57
(atualizado às 19h46)
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No dia em que o Egito viveu o dia mais tenso desde o início dos protestos contra o presidente Mubarak, somando ao menos 5 mortes, 800 feridos e ataques à sede do partido governista, o Porta-Voz da Casa Branca, Robert Gibbs, defendeu que a crise social por que passa o país é algo que só poderá ser solucionado pelos próprios Egípcios. "Chegou a para que passos claros, rápidos e legítimos sejam dados em direção a reformas concretas (no Egito)", acrescentou Gibbs.

Egito registra novos confrontos no Cairo:

Inspirados pela onda de protestos na Tunísia, os egípcios começaram na última terça (25) uma onda de protestos. De modo similar aos tunisianos, cuja pressão desembocou na deposição do governo presidido por Zine El Abindine Ben Ali, os protestos do Cairo e de outras cidades do Egito contestam o governo de Muhammad Hosni Said Mubarak, que desde 1981 comanda o país.

Nesta sexta-feira, o protesto tomou novas dimensões. Já nas primeiras horas, os egípcios receberam a notícia de que o governo suspendia temporariamente a internet, com o objetivo de prejudicar, principalmente, a mobilização dos manifestantes. Até agora, a rede mundial de computadores vinha sendo a principal forma de mobilização das massas no país.

Por volta do meio-dia, o líder oposicionista e ganhador do Nobel da Paz Mohamad ElBaradei - que na quinta-feira regressou ao Egito - participou de uma oração coletiva com 2 mil egípcios em uma mesquita no Cairo. Pouco depois, quando se ensaiava mais uma manifestação contra o governo, as autoridades detiveram ElBaradei dentro do local, impedindo-o de prosseguir com o povo.

Depois disso, os protestos tomaram corpo. Dezenas de milhares de egípcios saíram às ruas das principais cidades do país, dando novo vulto à onda de revolta. Confrontos foram registrados entre os manifestantes - cada vez mais numerosos - e a polícia - que não conseguia conter as manifestações. Em resposta às massas, o presidente Hosni Mubarak anunciou um toque de recolher na capital Cairo e nas cidades de Alexandria e Suez, que depois chegou a ser temporariamente estendido para toda a nação.

A medida de Mubarak não surtiu efeito. Os protestos prosseguiram e chegaram à sede do governista Partido Nacional Democrático. O prédio foi parcialmente incendiado, e manifestantes tentaram invadi-lo. Ao menos um carro das forças de segurança também foi queimado, enquanto focos de tensão se espalhavam por toda a capital egípcia. Estima-se que, somente hoje, cinco pessoas tenham morrido e mais de 800 tenham ficado feridas.

Durante o dia e à medida que a tensão crescia, a Secretária de Estado dos Estados Unidos, Hillary Clinton, fez um pronunciamento em Washington, no qual ela defendeu o direito da manifestação democrática. "Estamos seguindo de perto a situação no Egito. Pedimos que as autoridades mantenham a calma e permitam manifestações pacíficas", assinalou ela. Antes disso, a Organização das Nações Unidas já havia se pronunciado temendo a escalada dos conflitos.

Em meio a um cenário incerto, a crise repercutiu no mundo ocidental com o cancelamento de voos internacionais destinados ao Cairo e com a queda das bolsas europeias no fechamento da semana. No entanto, à semelhança da influência tunisiana, os egípcios inspiraram outros vizinhos islâmicos: cidadãos do Iêmen saíram ontem às ruas para protestas contra o governo, gesto repetido hoje na Jordânia.



Fonte: Redação Terra
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