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Estados Unidos

Obama confirma vinda ao País e diz que economia mundial mudou

26 jan 2011 - 01h03
(atualizado às 06h35)
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O presidente americano, Barack Obama, clamou na noite desta terça-feira (hora local) por um maior impulso à inovação nos Estados Unidos, em um mundo cada vez mais competitivo com potências emergentes como Índia e China, indicando uma mudança na economia mundial, em seu discurso sobre o Estado da União perante o Congresso. Além disso, confirmou que virá ao Brasil no mês de março.

Mais do que anunciar políticas específicas, Obama buscou enunciar de maneira franca a direção que os Estados Unidos devem tomar neste novo século, em meio a uma recuperação econômica do país mais lenta que o previsto. No âmbito regional, Obama anunciou que viajará em março para Brasil, Chile e El Salvador, o que significará sua primeira viagem à América do Sul e Central desde que assumiu o poder, em janeiro de 2009.

"As regras mudaram. Em apenas uma geração, as revoluções em tecnologia transformaram a maneira como vivemos, trabalhamos e fazemos negócios", disse Obama, afirmando que as potências emergentes como Índia e China agora são altamente competitivas.

"Este mundo mudou, e para muitos, esta mudança foi dolorosa". "Nos Estados Unidos, a inovação não muda apenas nossas vidas. É a maneira como vivemos", disse Obama, que convocou a oposição republicana a apoiar o investimento em educação, inovação e infraestrutura.

O discurso ocorre após a dura derrota eleitoral do mês de novembro, quando os republicanos conquistaram a maioria na Câmara de Representantes. A oposição, que por enquanto quer falar apenas em como cortar o gasto público, conseguiu horas antes do discurso aprovar uma moção com o apoio de 20 democratas, na qual pede simbolicamente ao governo que gaste o mesmo que em 2008.

Obama deixou claro que entende que a realidade mudou. "Com seus votos, os americanos determinaram que governar agora será uma responsabilidade compartilhada entre os dois partidos. Novas leis serão aprovadas apenas com o apoio de republicanos e democratas", afirmou. E acrescentou que "está em jogo não apenas quem ganha a próxima eleição (...) e sim se os novos empregos e as indústrias fincam raízes em nosso país ou em outro lugar".

O presidente afirmou que Washington deve agora reconhecer as restrições orçamentárias que tem diante de si, mas insistiu que os legisladores devem utilizar um bisturi ao invés de um machado na hora de cortar os gastos.

"Estou disposto a eliminar tudo o que podemos honestamente viver sem. Mas vamos nos certificar de que não estamos fazendo isso nos ombros dos nossos cidadãos mais vulneráveis", disse ele. "Vamos ter certeza de que o que estamos cortando realmente é excesso de peso. Reduzir o déficit com a evisceração de nossos investimentos em inovação e educação é como deixar mais leve um avião superlotado removendo seus motores", comparou.

Mas os republicanos não se mostraram convencidos e reiteraram suas críticas ao que dizem ser um gasto desenfreado do governo. "Nenhuma economia pode manter estes altos níveis de dívida e impostos. A próxima geração vai herdar uma economia estancada e uma nação diminuída", disse a legisladora Ileana Ros-Lehtinen, representante da Flórida, na resposta republicana ao discurso sobre o Estado da União.

A imagem do presidente melhorou progressivamente desde a derrota eleitoral de novembro, até ultrapassar os 50% de aprovação, segundo os últimos números da Gallup.

Obama começou seu discurso referindo-se ao recente massacre de Tucson (Arizona), onde um jovem assassinou seis pessoas e feriu outras 14 ao tentar atirar contra uma representante democrata. Em meio a um clima político polarizado, "Tucson nos lembrou que não importa quem somos nem de onde viemos: todos somos parte de algo maior", declarou.

Um primeiro sinal de um possível espírito de cooperação foi a decisão conjunta de alguns democratas e republicanos de se misturar nas bancadas do Congresso durante o discurso, como símbolo de unidade nacional.

Na questão internacional, Obama anunciou que viajará ao Brasil, Chile e El Salvador "para forjar novas alianças para o progresso nas Américas". Obama fez um gesto à crescente população hispânica nos Estados Unidos, afirmando que os EUA devem resolver "de uma vez por todas" a imigração ilegal, pedindo um esforço bipartidário para uma reforma migratória.

"Acredito fortemente que devemos encarar, de uma vez por todas, o tema da imigração ilegal. Estou preparado para trabalhar com republicanos e democratas para proteger nossas fronteiras, fazer cumprir as leis e nos ocuparmos dos milhões de trabalhadores ilegais que atualmente vivem nas sombras", afirmou.

Em discurso, Obama confirma que vem ao Brasil em março:
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