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Oriente Médio

Consultas para designar novo premiê são retomadas no Líbano

25 jan 2011 - 08h40
(atualizado às 08h51)
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O presidente do Líbano, Michel Suleiman, retomou nesta terça-feira as consultas políticas para nomear um novo primeiro-ministro, em meio a protestos contra o candidato apoiado pelas forças da oposição, liderada pelo movimento xiita Hezbollah.

As consultas, que começaram com o grupo parlamentar "Free Choice" (Decisão Livre), terminarão no começo da tarde desta terça-feira, pondo fim ao processo de dois dias destinado a nomear um chefe de Governo entre o político sunita que obtiver mais votos.

Dois candidatos estão na batalha: o primeiro-ministro em fim de mandato Saad Hariri, que tinha o maior número de deputados no Parlamento, e o multimilionário e ex-primeiro-ministro Najib Mikati, que se apresenta como independente embora seja apoiado pela oposição.

Nesta segunda-feira, ao final do primeiro dia de consultas, Mikati obteve o respaldo de 59 parlamentares, contra 49 de seu rival, Hariri, que antes da última crise contava com o apoio de 71 deputados, resultado das eleições de 7 de junho de 2009 que deram à oposição 57 cadeiras.

No entanto, a mudança de posição do grupo parlamentar do líder druso Walid Jumblatt e de alguns deputados que obtiveram suas cadeiras por meio das listas de Hariri, incluindo o próprio Mikati, alterou o panorama político no país.

Esta situação fez com que os partidários de Hariri saíssem às ruas em todas as regiões libanesas de maioria sunita para protestar contra a influência do Hisbolá na vida política do país e pedir a Mikati que se retire.

Em comunicado divulgado nesta terça-feira, Mikati negou que seja o representante do Hisbolá, qualificou Saad Hariri como seu "irmão e amigo" e rejeitou qualquer possibilidade de retirar sua candidatura.

"Estamos em um país democrático, todos sabemos que a situação é difícil e a única coisa que busco é encontrar uma solução para a crise", acrescentou.

O grupo Movimento Futuro, liderado por Hariri, declarou nesta terça-feira "dia de cólera" e convocou protestos em todo o país, especialmente na cidade de Trípoli e no centro de Beirute, diante do túmulo de Rafik Hariri, pai do primeiro-ministro em fim de mandato que foi assassinado em um atentado no dia 14 de fevereiro de 2005.

A televisão libanesa vem mostrando desde esta segunda-feira à tarde imagens de manifestações em diferentes lugares do país. Em Trípoli, as escolas, bancos, lojas e universidades estarão fechados nesta terça-feira.

O Exército está desdobrado em lugares estratégicos do Líbano para evitar maiores incidentes.

A crise atual teve início em 12 de janeiro com a renúncia dos ministros da oposição que integravam o Governo de unidade liderado por Hariri, depois que o pedido para que o Líbano desprezasse os trabalhos de um tribunal especial apoiado pela ONU que investiga o assassinato de Rafik Hariri não foi atendido.

A morte de Hariri, pai do atual chefe de Governo e uma das principais figuras políticas do país, marcou a recente história do Líbano e segue gerando tensões porque os autores do crime não foram identificados.

Informações vazadas sobre estas investigações apontam para possibilidade de que militantes do Hisbolá tenham participado do crime, mas o grupo nega qualquer vinculação e acredita que Israel esteja por trás do assassinato.

EFE   
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