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Mundo

Família de Ben Ali é suspeita de fugir com 1,5 ton de ouro

17 jan 2011 - 12h07
(atualizado às 17h10)
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O governo francês suspeita que a família do presidente tunisiano destituído Zine el Abidine Ben Ali tenha fugido da Tunísia com 1,5 tonelada de ouro, informa nesta segunda-feira o jornal Le Monde.

Leila Ben Ali em sessão do Congresso de 2008: família poderia ter levado 1,5 tonelada de ouro consigo
Leila Ben Ali em sessão do Congresso de 2008: família poderia ter levado 1,5 tonelada de ouro consigo
Foto: AP

As suspeitas do governo francês estão fundamentadas nos serviços secretos do país, segundo os quais Leila Trabelsi, a mulher do ex-chefe de Estado, foi até o Banco Central da Tunísia para buscar as peças, equivalentes a 45 milhões de euros.

O jornal indica em seu site que o diretor da instituição negou em princípio o pedido da mulher, mas aceitou depois de a solicitação ser feita pelo marido dela por telefone. Um conselheiro do Palácio do Eliseu - sede da Presidência gala - citado pelo jornal diz que "a informação é de uma fonte tunisiana do Banco Central", e que os fatos denunciados "estão praticamente confirmados".

O Le Monde acrescenta que, segundo os serviços franceses, a mulher de Ben Ali tomou posteriormente um voo com destino a Dubai antes de partir em direção a Yedah, capital da Arábia Saudita, para onde o presidente fugiu na sexta-feira após um mês de protestos populares que acabaram com 23 anos de mandato.

O Banco Central de Tunísia, no entanto, desmente a informação e relatou que "não receberam nenhuma ordem verbal, nem por escrito para tirar o ouro" e que suas reservas de ouro "não foram alteradas".

Sem citar o ex-presidente Ben Ali ou sua família, as autoridades francesas apontaram neste fim de semana que fizeram o "bloqueio administrativo" dos movimentos financeiros suspeitos relativos à Tunísia, "de acordo com a legislação".

Tunísia enfrenta crise social e política

Desde as duas últimas semanas, a Tunísia vive uma tensão deflagrada nas ruas. Jovens e estudantes iniciaram protestos contra os altos índices de desemprego e falta de liberdade política, na maior onda de manifestações em décadas.

Em meio a pedidos de calma à população, o governo de Ben Ali anunciou o fechamento de universades e escolas. O exército também saiu às ruas para frear as manifestações, gerando confrontos com os manifestantes e um número ainda incerto de mortos, mas que poderiam passar de 50.

Críticos acusam o governo de corrupção e de usar a ameaça de grupos islâmicos e a necessidade de atrair investimentos estrangeiros como pretexto para manter políticas domésticas repressivas e violar os direitos civis básicos da população.

A crise social ganhou um novo episódio quando, nessa sexta-feira, o presidente Ben Ali abandonou o país, passando o controle do país para o Exército e o comando interino do governo para o primeiro-ministro, Mohamed Ghannouchi.

EFE   
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