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Mundo

Tunisianos atacam locais ligados à família do ex-presidente

17 jan 2011 - 11h41
(atualizado às 12h45)
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Depois da renúncia do presidente Zine al-Abidine Ben Ali, os tunisianos começaram a atacar e saquear casas e edifícios ligados à família dos ex-presidente.

Policial corre atrás de manifestante que protestava no centro de Túnis nesta segunda
Policial corre atrás de manifestante que protestava no centro de Túnis nesta segunda
Foto: Reuters

Um dos alvos dos ataques e saques foi a casa do sobrinho do ex-presidente, onde pouca coisa restou. O que não foi queimado foi levado pelos saqueadores. Outros apenas passearam pelos corredores da mansão.

Exército ainda controla ruas de Túnis

Na capital Túnis, os confrontos e tiroteios continuaram durante a noite entre soldados do Exército e milícias leais ao ex-presidente, escondidos em prédios. Há boatos de que os partidários de Ben Ali estão tentando estimular ainda mais violência nas ruas da capital.

E os boatos chegam aos bairros mais distantes. Moradores improvisaram bloqueios e barricadas nas ruas de vários bairros. Eles também formaram milícias para proteger suas casas de saqueadores.

O primeiro-ministro, Mohammed Ghannouchi, por sua vez, está negociando com vários partidos e sindicatos para tentar formar um novo governo e deve anunciar em breve o nome do novo presidente. Ghannouchi também prometeu tolerância zero com os que ameaçarem a segurança do país.

Nas ruas, o controle da segurança ainda está com o Exército, enquanto a situação do país continuar frágil. Apesar de todas as incertezas, os exilados estão começando a voltar ao país na esperança de um governo mais democrático.

Depois de décadas, tudo indica que finalmente os tunisianos poderão se expressar livremente. Mas, por enquanto, o país ainda precisa encerrar os tiroteios nas ruas e apresentar um novo governo.

Tunísia enfrenta crise social e política

Desde as duas últimas semanas, a Tunísia vive uma tensão deflagrada nas ruas. Jovens e estudantes iniciaram protestos contra os altos índices de desemprego e falta de liberdade política, na maior onda de manifestações em décadas.

Em meio a pedidos de calma à população, o governo de Ben Ali anunciou o fechamento de universades e escolas. O exército também saiu às ruas para frear as manifestações, gerando confrontos com os manifestantes e um número ainda incerto de mortos, mas que poderiam passar de 50.

Críticos acusam o governo de corrupção e de usar a ameaça de grupos islâmicos e a necessidade de atrair investimentos estrangeiros como pretexto para manter políticas domésticas repressivas e violar os direitos civis básicos da população.

A crise social ganhou um novo episódio quando, nessa sexta-feira, o presidente Ben Ali abandonou o país, passando o controle do país para o Exército e o comando interino do governo para o primeiro-ministro, Mohamed Ghannouchi.

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