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Mundo

Manifestantes que pedem dissolução de partido de Ben Ali são atacados

17 jan 2011 - 11h07
(atualizado às 12h01)
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O exército e a polícia tunisiana reagiram contra uma manifestação de cerca de mil pessoas no centro de Túnis que reivindicavam a dissolução do Reagrupamento Constitucional Democrático (RCD), o partido do presidente foragido, Zine el Abidine Ben Ali, que continua no poder.

Policial corre atrás de manifestante que protestava, no centro de Túnis
Policial corre atrás de manifestante que protestava, no centro de Túnis
Foto: Reuters

As forças de segurança lançaram fumaça e usaram canhões de água contra os manifestantes, além de efetuarem disparos para o ar para dissolver o protesto, que percorria a Avenida Habib Burguiba, no centro da capital, segundo a agência EFE constatou.

O RCD é o partido onipresente há décadas no país, que ainda ocupa todos os níveis do poder nas administrações central, estaduais e municipais.

Os manifestantes gritavam palavras de ordem como "Abaixo o RCD" e "Fora o partido da ditadura" e tentavam se dirigir à sede central da legenda situada perto da Avenida Burguiba, mas não conseguiram avançar mais do que umas centenas de metros, até que as forças de segurança investiram contra eles.

O sindicato da União Geral de Trabalhadores Tunisianos (UGTT) alertou os cidadãos na manhã desta segunda-feira para que não participem de manifestações diante do perigo de que sejam aproveitadas pelos partidários de Ben Ali para criar incidentes violentos e fomentar o caos.

Durante a noite deste domingo ainda foi possível escutar tiros e rajadas de metralhadora em vários bairros da capital pelos confrontos entre as forças de segurança e membros da Guarda Presidencial do antigo presidente e milícias do RCD que tentam desestabilizar o país.

Habitantes de vários distritos relataram à rede de televisão estatal terem visto pessoas em veículos 4x4 pretos, em motocicletas e até a pé disparando indiscriminadamente inclusive contra residências particulares com a única intenção de semear o caos.

Também se fala da presença de franco-atiradores em várias partes da cidade e, por isso, especialmente durante o toque de recolher, ninguém se atreve a chegar às janelas.

Enquanto isso, a população espera com impaciência nesta segunda-feira o anúncio do novo governo do país, marcado para as 15h do horário local (12h de Brasília), no qual a rádio estatal estimou que estarão presentes pelo menos todos os líderes dos três partidos de oposição legal.

Tunísia enfrenta crise social e política

Desde as duas últimas semanas, a Tunísia vive uma tensão deflagrada nas ruas. Jovens e estudantes iniciaram protestos contra os altos índices de desemprego e falta de liberdade política, na maior onda de manifestações em décadas.

Em meio a pedidos de calma à população, o governo de Ben Ali anunciou o fechamento de universades e escolas. O exército também saiu às ruas para frear as manifestações, gerando confrontos com os manifestantes nos quais dezenas de pessoas acabaram mortas.

Críticos acusam o governo de corrupção e de usar a ameaça de grupos islâmicos e a necessidade de atrair investimentos estrangeiros como pretexto para manter políticas domésticas repressivas e violar os direitos civis básicos da população.

A crise social ganhou um novo episódio quando, na última sexta-feira, o presidente Ben Ali abandonou o país, passando o controle do país para o Exército e o comando interino do governo para o primeiro-ministro, Mohamed Ghannouchi.

EFE   
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