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Mundo

Premiê da Tunísia pede calma antes do anúncio de novo governo

17 jan 2011 - 09h14
(atualizado às 12h07)
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O primeiro-ministro da Tunísia prometeu anunciar nesta segunda-feira uma nova coalizão de governo, e pediu calma à população após os confrontos entre as forças de segurança e atiradores leais ao presidente deposto.

Homem protesta enquanto militares soltam gás lacrimogêneo para dispersar a manifestação, em Túnis
Homem protesta enquanto militares soltam gás lacrimogêneo para dispersar a manifestação, em Túnis
Foto: Reuters

Tiros continuaram sendo ouvidos durante a noite na capital, após os confrontos do último domingo. Na última sexta-feira, após semanas de violentos protestos, o presidente Zine al Abidine Ben Ali fugiu do país, que ele governou durante 23 anos. A crise política tunisiana repercute em todo o mundo árabe, onde outros regimes autoritários lutam para reprimir mobilizações populares.

Um repórter da Reuters em El Omrane, subúrbio de Túnis, disse que era possível ouvir tiros por volta de 3h. Moradores relataram que pessoas passavam a pé, de moto e de carro fazendo disparos aparentemente aleatórios, e depois sumiam. As pessoas vistoriaram as lajes de seus edifícios por causa de rumores de que atiradores estariam postados ali.

"Há franco-atiradores no telhado. Não sabemos onde. Estamos pedindo ajuda imediata das forças de segurança", disse um espectador em telefonema à TV estatal.

O primeiro-ministro Mohamed Ghannouchi prometeu uma ação rápida para reconstruir o governo após a fuga de Ben Ali para a Arábia Saudita, diante de uma revolta contra o desemprego, a corrupção, a pobreza e a repressão.

Ele prometeu anunciar "um novo governo que irá abrir uma nova página na história da Tunísia".

Falando pela TV estatal nesta segunda-feira, ele afirmou: "Peço a todos os tunisianos que mantenham a calma. Estamos passando por momentos difíceis. Os militares e as forças de segurança estão no processo de garantir a segurança das pessoas."

"Estamos fazendo grandes esforços por nossa amada Tunísia. Pedimos às pessoas, aos residentes, que mantenham seu apoio. É um prazer ver as pessoas assim, todas unidas por uma meta, e tudo ficará bem, se Deus quiser, nos próximos dias."

Três líderes da oposição devem assumir cargos na nova coalizão, disseram à Reuters duas fontes ligadas às negociações. Mas os titulares das pastas do Interior e Relações Exteriores devem ser mantidos.

Enquanto seguidores de Ben Ali enfrentavam o Exército no palácio presidencial, em outros lugares dois atiradores postados em um telhado perto do Banco Central foram mortos por disparos feitos de um helicóptero.

Tanques permanecem estacionados em Túnis, e soldados vigiam os prédios públicos.

Tunísia enfrenta crise social e política

Desde as duas últimas semanas, a Tunísia vive uma tensão deflagrada nas ruas. Jovens e estudantes iniciaram protestos contra os altos índices de desemprego e falta de liberdade política, na maior onda de manifestações em décadas.

Em meio a pedidos de calma à população, o governo de Ben Ali anunciou o fechamento de universades e escolas. O exército também saiu às ruas para frear as manifestações, gerando confrontos com os manifestantes nos quais dezenas de pessoas acabaram mortas.

Críticos acusam o governo de corrupção e de usar a ameaça de grupos islâmicos e a necessidade de atrair investimentos estrangeiros como pretexto para manter políticas domésticas repressivas e violar os direitos civis básicos da população.

A crise social ganhou um novo episódio quando, na última sexta-feira, o presidente Ben Ali abandonou o país, passando o controle do país para o Exército e o comando interino do governo para o primeiro-ministro, Mohamed Ghannouchi.

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