O retorno inesperado de Baby Doc ao Haiti ocorre no momento em que o país enfrenta uma crise política, uma epidemia de cólera e as dificuldades da reconstrução após o terremoto devastador do ano passado que matou mais de 250 mil pessoas.
Não se sabe ao certo o que motivou o regresso de Duvalier, mas ele disse que quer "ajudar o povo haitiano". O primeiro-ministro, Jean-Max Bellerive, disse que não há motivo para acreditar que a chegada de Baby Doc vá desestabilizar o país.
"Ele é um haitiano e, como tal, é livre para voltar para casa", disse Bellerive.
Governo violento Jean-Claude Duvalier tinha apenas 19 anos quando herdou o título de "presidente vitalício" de seu pai, François "Papa Doc" Duvalier, que governou o país de 1957 a 1971.
Baby Doc é acusado de corrupção, repressão e abuso de direitos humanos durante o tempo em que esteve no poder, de 1971 a 1986. Como o pai, ele contava com uma milícia particular conhecida como os Tontons Macoutes, que controlava o Haiti usando violência e intimidação.
Os Duvalier são tidos por analistas como dois dos mais violentos governantes da História.
Vodu Papa Doc reforçou sua imagem ameaçadora com um culto de personalidade baseado no vodu haitiano, mas Baby Doc era visto como um playboy.
Em 1986, ele foi deposto por um levante popular após pressão diplomática dos Estados Unidos e fugiu para a França, onde vivia exilado, apesar de nunca ter recebido asilo político formal.
Em uma entrevista em 2007, ele pediu que o povo haitiano o perdoe por "erros" cometidos durante seu governo. Um pequeno grupos de partidários de Duvalier vinha fazendo uma campanha para que ele voltasse ao Haiti.
Crise política O retorno de Duvalier ao país aconteceu no dia exato em que deveria ocorrer o segundo turno das eleições presidenciais no Haiti, mas a votação foi adiada por causa de uma disputa em torno dos nomes que deveriam constar na cédula eleitoral.
O candidato governista, Jude Celestin, e o cantor Michel Martelly querem participar do segundo turno com a ex-primeira-dama Mirlande Manigat, considerada vencedora do primeiro turno, em 28 de novembro, em uma votação fortemente criticada por causa de relatos de fraude, violência e intimidação de eleitores.
Resultados provisórios anunciados em dezembro pelo conselho eleitoral apontavam Celestin como o segundo colocado, com pequena vantagem sobre Martelly. Mas os resultados provocaram protestos violentos por parte de partidários de Martelly, que alegou ter perdido o segundo lugar por causa de fraudes.
Policiais haitianos descem a bandeira nacional em frente ao Palácio Presidencial
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Em frente ao Palácio Nacional, cartazes indicam o plano de rescontrução de Porto Príncipe
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Polícia desce a bandeira haitiana ao fim do aniversário de um ano do terremoto, nesse 12 de janeiro
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Crianças brincam durante visita a cemitério com familiares enterrados, vítimas do terremoto, um ano depois
Foto: AP
Menina caminha sobre os muitos escombros da Catedral de Porto Príncipe
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Com vassora em mãos, soldado chinês das Nações Unidas para ao lado de retratos de vítimas do terremoto, na sede da ONU de Porto Príncipe
Foto: AP
Homem observa as ruínas da Catedral de Nossa Senhora de Assunção na véspera do aniversário do terremoto
Foto: AP
Homens tomam banho em ruína de casa destruída de Porto Príncipe
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Reconstruído, o mercado Hyppolite reluz sobre o sol em meio à destruição da capital, que persiste
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Mulher leva pertences em balde ao passar por prédio destruído de Porto Príncipe, no dia 11 de janeiro de 2011
Foto: AP
Publicidade de salão de barbearia aparece praticamente soterrado: "Confiança em Deus"
Foto: AP
Haitianos observam a reinauguração do mercado Hyppolite, que foi reconstruído
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Homem caminha por casa destruída em Leogane, a cidade do epicentro do terremoto
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Em meio a moradias improvisadas nas ruínas,jovens haitianos prestam homenagens às vítimas
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Multidão participa da cerimônia do aniversário do terremoto de 12 de janeiro de 2010
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Bandeira haitiana tremula em frente à cúpula despencada do Palácio Nacional
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Mulher se recosta a pilar para rezar em meio às ruínas da Catedral de Porto Príncipe
Foto: Reuters
Multidão passa pela Catedral durante a cerimônia do aniversário do terremoto
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Haitiana caminha em Porto Príncipe; ao fundo, o Palácio e um acampamento improvisado
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Mulher descansa fora de barraca na cidade baixa de Porto Príncipe
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Homens transportam pertences em frente a prédio parcialmente destruído
Foto: Reuters
Haitiana lava as roupas sobre as ruínas de casas de Porto Príncipe
Foto: Reuters
Homem trabalha para finalizar a destruição de ruínas; ao fundo, o mercado Hyppolite, reconstruído
Foto: Reuters
Vista geral das montanhas, do Palácio Nacional e de um acampamento improvisado em Porto Príncipe
Foto: Reuters
Em meio a ruínas, mulher prepara alimentos para venda
Foto: Reuters
Mulher e filho caminham por 'rua' e carregam comida para venda
Foto: Reuters
Haitiana estende roupas lavadas ao sol sobre os escombros de Porto Príncipe
Foto: Reuters
Bill Clinton, ex-presidente americano, inspeciona projeto de reciclagem do Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas
Foto: Reuters
Diário encontrado em ruínas narra as 65 horas de um haitiano preso sob escombros, no qual leem-se, entre outras, as frases "Deus vai me tirar desta" e "Ele talvez não vá sempre cuidar de você"
Foto: EFE
Mulher ora sobre os escombros do cemitério nacional de Porto Príncipe no dia do aniversário do terremoto