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Líder do Sudão do Sul pede que população perdoe o norte

16 jan 2011 - 11h16
(atualizado às 14h04)
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O líder do Sudão do Sul, Salva Kirr, pediu neste domingo à população que perdoe o norte pelas mortes na guerra civil. É a sua primeira declaração feita desde o final do referendo, cujos primeiros resultados apontam para uma decisão quase unânime pela secessão.

Oficial explica a cidadã do Sul o significado dos desenhos na cédula de votação do referendo separatista
Oficial explica a cidadã do Sul o significado dos desenhos na cédula de votação do referendo separatista
Foto: AP

"Para nossos irmãos e irmãs mortos, em particular aqueles que faleceram durante o período de combate (...) nós devemos, como Jesus Cristo disse na cruz, perdoar os que causaram seu sofrimento", declarou Salva Kirr em pronunciamento na catedral católica de Santa Teresa em Juba, capital do Sudão do Sul.

O referendo, realizado de 9 a 15 de janeiro, representa um momento importante para o chamado Acordo de Paz Global que pôs fim, em 2005, a mais de duas décadas de guerra civil entre o norte, muçulmano e de maioria árabe, e o sul, afro-cristão - um conflito que fez mais de dois milhões de vítimas.

Os escritórios eleitorais começaram neste domingo a divulgar os primeiros números que apontam para um resultado quase que unânime pela secessão. Essas informações - embora pontuais e parciais - confirmam o prognóstico dos analistas e dirigentes políticos sudaneses.

Na universidade de Juba, 2.663 eleitores votaram pela separação do Sudão do Sul e 69, pela unidade. No centro de votação de Hay Malakal, 1.809 cidadãos escolheram a independência, contra 75 a favor da unidade. Ou seja: cerca de 97% em prol da criação da nova nação.

"Conseguimos, ganhamos, estamos livres", declarou um policial, John Gadet, ao ler os resultados do escritório eleitoral próximo ao mausoléu do líder histórico da rebelião sulista John Garang, morto em 2005 em um acidente de helicóptero após ter assinado o acordo de paz com Cartum.

"Rezamos para que a vontade do Sudão do Sul prevaleça", disse o arcebispo de Juba, Paulino Lukudu Loro, durante missa na catedral Santa Teresa, apelando os puradores a "fazer o trabalho com critério, sem trapacear e sem roubar".

Nas ruas da capital sulista, alto-falantes convidavam a população para um grande encontro à noite, no centro da cidade. Segundo a comissão do referendo, mais de 3,25 milhões de eleitores de um total de quatro milhões participaram da votação que aconteceu - contrariando as expectativas - nos prazos previstos e tranquilamente.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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