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Mundo

Oposição da Tunísia pede ruptura definitiva com o regime

15 jan 2011 - 11h39
(atualizado às 12h02)
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Ahmed Brahim, secretário-geral do Movimento da Renovação (Etajdid), o único partido da oposição tunisiana com representação parlamentar, pediu neste sábado a ruptura definitiva com o regime depois de o presidente Zine el Abidine Ben Ali se vir forçado a abandonar o país na sexta-feira após uma revolta popular.

Manifestantes protestam nas ruas de Túnis há semanas
Manifestantes protestam nas ruas de Túnis há semanas
Foto: AFP

Em comunicado recebido pela Agência Efe, Brahim afirmou que "para começar uma nova fase, deve ser estabelecida uma ruptura definitiva com os fundamentos do regime despótico e o sistema político corrupto" instaurado por Ben Ali. O opositor defendeu processar os responsáveis pelos "crimes, mortes e ferimentos contra cidadãos inocentes, assim como todos os envolvidos em corrupção, enriquecimento ilícito, subornos e depredação dos bens públicos e privados".

Sobre o processo de reformas políticas e a mudança democrática no país, o líder do Etajdid, que conta com dois deputados no Parlamento, considerou que a prioridade é "reformar o código eleitoral, anular todas as leis restritivas em vigor e formar uma Comissão Nacional independente que organize e supervisione as eleições". O movimento da Renovação é o único partido com representação parlamentar das três forças políticas de oposição legais que existem no país.

Os outros dois são o Fórum Democrático pelo Trabalho e as Liberdades (FDTL), de Mustapha Ben Jaafar, e o Partido Democrático Progressista (PDP), liderado por Maya Zribi, a única mulher à frente de uma força política na Tunísia. O FDTL não conseguiu representação parlamentar no pleito de 2009 e o PDP boicotou por considerá-lo "uma farsa" e que seus resultados estavam previamente determinados pelo partido governista Reunião Constitucional Democrática (RCD), de Ben Ali.

Tunísia enfrenta crise social e política

Desde as duas últimas semanas, a Tunísia vive uma tensão deflagrada nas ruas. Jovens e estudantes iniciaram protestos contra os altos índices de desemprego e falta de liberdade política, na maior onda de manifestações em décadas.

Em meio a pedidos de calma à população, o governo de Ben Ali anunciou o fechamento de universades e escolas. O exército também saiu às ruas para frear as manifestações, gerando confrontos com os manifestantes e um número ainda incerto de mortos, mas que poderiam passar de 50.

Críticos acusam o governo de corrupção e de usar a ameaça de grupos islâmicos e a necessidade de atrair investimentos estrangeiros como pretexto para manter políticas domésticas repressivas e violar os direitos civis básicos da população.

A crise social ganhou um novo episódio quando, nessa sexta-feira, o presidente Ben Ali abandonou o país, passando o controle do país para o Exército e o comando interino do governo para o primeiro-ministro, Mohamed Ghannouchi.

EFE   
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