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Estados Unidos

EUA voltam a solicitar que Cuba liberte Alan Gross

13 jan 2011 - 03h02
(atualizado às 03h16)
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Os Estados Unidos voltaram a solicitar a Cuba nesta quarta-feira a libertação imediata do funcionário americano Alan Gross, durante a quarta rodada do diálogo migratório entre os dois países, que foi realizada em Havana e acabou sem grandes avanços.

Como em ocasiões anteriores, as conversas migratórias entre Havana e Washington foram centradas no caso do funcionário americano, que distribuía computadores portáteis, telefones celulares e outros aparelhos tecnológicos na ilha e que permanece detido desde dezembro de 2009.

Desta vez, foi a equipe liderada por Roberta Jacobson, subsecretária de Estado adjunta para o Hemisfério Ocidental, que solicitou a libertação de Gross durante a reunião com autoridades cubanas, segundo comunicados americanos divulgados tanto em Havana como em Washington.

O governo de Cuba, por sua vez, não mencionou o assunto em sua nota oficial sobre o resultado da reunião. Havana acusa o funcionário americano de espionagem e de ter violado leis cubanas e a soberania da ilha.

Washington negou tais acusações em várias oportunidades e considera que o "caso Gross" impede o avanço em temas de comum interesse com Cuba, segundo disse nesta quarta-feira em Santiago o subsecretário de Estado dos EUA para a América Latina, Arturo Valenzuela.

Quanto à questão migratória, o Governo cubano avaliou a reunião desta quarta-feira como uma "troca frutífera" para avançar em direção a uma cooperação mais efetiva contra a emigração ilegal.

Em sua nota oficial, Havana manifestou que no encontro se reconheceu "a diminuição significativa das saídas arriscadas entre Cuba e Estados Unidos, como resultado dos esforços empreendidos pelos dois países para enfrentar o tráfico de pessoas e a emigração ilegal".

Também como em anteriores entrevistas, a delegação cubana - liderada pelo vice-ministro das Relações Exteriores, Dagoberto Rodríguez - reiterou que não será possível alcançar uma emigração legal, segura e ordenada se os Estados Unidos mantiveram a Lei de Ajuste Cubano e a política "de pés secos-pés molhados".

Esta lei, vigente desde 1966, e a política de "pés secos-pés molhados" estabelecem que os cubanos que chegam ao território americano podem ficar no país, enquanto os interceptados no mar são devolvidos a Cuba. Segundo as autoridades cubanas, estas medidas "estimulam as entradas ilegais de cidadãos cubanos nos EUA".

Mesmo assim, Cuba voltou a reiterar sua disposição em continuar este tipo de intercâmbio. "Participar destas conversas ressalta nosso interesse em que continue um debate construtivo com o Governo de Cuba para fazer avançar os interesses dos EUA", indica a nota americana divulgada em Havana.

A rodada de diálogo migratório entre Cuba e Estados Unidos realizada nesta quarta-feira é a quarta desde que foram retomados estes encontros, em julho de 2009, sob o mandato de Barack Obama.

Estas reuniões constituem um dos intercâmbios políticos mais importantes sustentados pelos dois países, sem relações diplomáticas desde 1962. Sob a Presidência de Barack Obama, os Estados Unidos iniciaram algumas medidas para "descongelar" as relações com Cuba, como o reatamento do serviço direto dos correios e a supressão de restrições ao envio de remessas e viagens à ilha por parte dos cubano-americanos.

No entanto, para a adoção de novos passos, Washington quer que o Governo presidido por Raúl Castro demonstre que é "sério" e tome medidas para aumentar a "liberdade" na ilha.

O presidente cubano, por sua vez, criticou a falta de "credibilidade" da política americana em direção à ilha, e denunciou que em 2010 Washington "endureceu" o bloqueio e voltou a incluir Cuba em suas "listas espúrias".

Em seu discurso diante da Assembleia Nacional em dezembro passado, Raúl Castro afirmou que não se percebe nos Estados Unidos "a menor vontade de retificar" sua política com relação a Cuba nem de eliminar "seus aspectos mais irracionais".

EFE   
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