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Estados Unidos

Instabilidade mental de atirador do Arizona inquieta os EUA

11 jan 2011 - 19h52
(atualizado às 20h52)
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As revelações sobre o problemático comportamento do acusado do massacre de Tucson, Jared Loughner, mostrou erros judiciais no controle de armas e inquietou as autoridades, que seguem sem saber as motivações do ataque. Um dia depois de Loughner, 22 anos, comparecer perante um tribunal de Phoenix com a cabeça e os supercílios rapados, com uma aparente tranquilidade, nesta terça-feira começaram a ser divulgados testemunhos de companheiros de universidade e relatórios policiais sobre seu problemas com as drogas, o que não o impediu de comprar armas e munição.

Jared Loughner, 22 anos, foi descrito como solitário e perturbado
Jared Loughner, 22 anos, foi descrito como solitário e perturbado
Foto: AP

Segundo a investigação em curso, a pistola semiautomática Glock, supostamente utilizada no atentado, foi adquirida em novembro do ano passado, enquanto a munição foi comprada em uma loja de departamento de Tucson na manhã do crime. Don Coorough, que assistiu a aulas de poesia com o acusado na Universidade de Pima County, explicou sua surpresa perante o estranho comportamento de Loughner e suas "reações impróprias diante da emoção dos demais".

"Ria perante coisas supostamente tristes. Não parecia estar ciente do que ocorria ao seu redor", explicou Coorough à rede CNN. O acusado foi expulso da Universidade no início de 2010 e para ser readmitido foi exigido "uma certidão de saúde mental que garantisse que sua presença na Universidade não supunha um perigo para ele e para os companheiros".

Na casa de Loughner a Polícia encontrou um papel escrito "planejei com antecedência" e "meu assassinato", junto ao nome "Giffords". Anteriormente, em 2007, Loughner participou de um encontro público com Gabrielle a quem fez uma pergunta, cuja resposta aparentemente não gostou.

Loughner ficou preso sem possibilidade de pagamento de fiança após a audiência desta segunda-feira, onde assentiu perante as cinco acusações que enfrenta e as possíveis sentenças, entre elas a de pena de morte pelas duas acusações de assassinato em primeiro grau. Um antigo advogado, Paul Callan, explicou à CNN que é difícil que o advogado de defesa possa alegar "insanidade dada a quantidade de planejamento que precedeu o assassinato".

No entanto, os contraditórios e desconexos perfis e testemunhos que Loughner tinha postado em suas contas no YouTube e MySpace não comprovam suas motivações. As autoridades consideram Loughner um menino com problemas mentais que, no entanto, planejou deliberadamente o assassinato de Gabrielle.

O doutor Steven Rayle, uma das testemunhas do tiroteio que estava no ato público da congressista, afirmou nesta terça-feira ter visto o rosto de Loughner na hora em que abriu fogo e assinalou que "parecia muito determinado". Por sua parte, vizinhos revelaram que os pais de Jared Loughner estão "destroçados" pela ação do filho e sua mãe, desde sábado, "não faz nada além de chorar na cama".

Wayne Smith, vizinho de 70 anos dos Loughner, disse a uma rede de televisão local que os pais do jovem só se perguntam no que falharam. Enquanto isso, Gabrielle continua em estado crítico embora os médicos tenham revelado no boletim desta terça-feira que ela já pode "respirar sem ajuda de aparelhos" e que "diminuíram a sedação" da paciente.

Michael Lemore, neurocirurgião do Centro Médico da Universidade do Arizona em Tucson, onde Gabrielle está hospitalizada, assinalou que é preciso ser "extremamente paciente" com o processo de recuperação da deputada. Por sua parte, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama viajará nesta quarta-feira a Tucson (Arizona) para participar de uma cerimônia em homenagem às vítimas do tiroteio.

EFE   
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