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Mundo

Gbagbo expulsa embaixadores do Canadá e Reino Unido

7 jan 2011 - 11h41
(atualizado às 12h51)
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Laurent Gbagbo decidiu retirar o credenciamento e expulsar da Costa do Marfim os embaixadores do Reino Unido e Canadá, enquanto os países rejeitaram a medida por não reconhecer sua legitimidade como governante marfinense.

Laureant Gbagbo acena ao passar pela Guarda de Honra do palácio presidencial de Abidjan. Gbagbo, presidente da Costa do Marfim até o final de 2010, se declara vitorioso com o apoio do Sul do país
Laureant Gbagbo acena ao passar pela Guarda de Honra do palácio presidencial de Abidjan. Gbagbo, presidente da Costa do Marfim até o final de 2010, se declara vitorioso com o apoio do Sul do país
Foto: AFP

Segundo afirmou na emissora estatal RTI o porta-voz do Governo de Gbagbo, Ahoua Don Mello, a decisão se baseia "no princípio de reciprocidade que rege as relações diplomáticas", após a retirada, no final de dezembro, do credenciamento dos embaixadores designados por Gbagbo nesses países.

O Reino Unido e Canadá, dois dos vários países que, junto com a Organização das Nações Unidas (ONU), já decidiram retirar o credenciamento dos embaixadores de Gbagbo, não admitiram a medida, ao considerar que o presidente eleito do país é Alassane Ouattara, como vencedor das eleições realizadas no dia 28 de novembro.

Portanto, o embaixador britânico, Nicholas James Westcott, e a canadense, María Isabel Massip, seguirão como representantes diplomáticos de seus países perante o Governo de Ouattara, reconhecido pela comunidade internacional.

Desde 18 de dezembro, Gbagbo pediu várias vezes a saída da Operação das Nações Unidas em Costa do Marfim (ONUCI), mas a ONU não aceitou ao não reconhecer também não sua legitimidade.

Ban Ki-moon, secretário-geral das Nações Unidas, deixou claro que as Forças da ONU permanecerão.

Todos os embaixadores nomeados até agora por Ouattara foram reconhecidos, entre eles seu representante perante as Nações Unidas, Bamba Youssouf, e o encarregado de negócios na Bélgica.

Além disso, França, ex-potência colonial da Costa do Marfim, anunciou há poucos dias que tramita o processo de credenciamento do novo embaixador designado por Ouattara.

Enquanto a União Africana (UA) e a Comunidade Econômica dos Estados de África Ocidental (Cedeao) suspenderam a Costa do Marfim até que Ouattara ocupe o poder de maneira efetiva, a ONU, a União Europeia, EUA e outros países impuseram sanções pessoais econômicas e de viagem a Gbagbo e seu entorno.

Crise pós-eleitoral

No dia 28 de novembro de 2010, a Costa do Marfim realizou o segundo das eleições presidenciais, cujo resultado permanece até agora indefinido. Os dois candidatos se consideram vencedores do pleito: o até então presidente, Laurent Gbagbo; e o líder oposicionista, Alassane Ouattara.

Internamente, a situação está dividida e reflete a antiga cisão por que o país passou na Guerra Civil de 2002: Gbagbo conta com o apoio da porção sul do país, enquanto Ouattara tem sua base no Norte. Externamente, porém, a ampla maioria da comunidade internacional apoia a renúncia de Gbagbo e a posse de Ouattara.

Enquanto o dilema político não se resolve, a sociedade marfinense vive à beira do colapso: a ONU reportou casos de violência e teme um conflito de proporções graves. Centenas já morreram, e milhares fugiram para a Libéria, país vizinho. A União Africana, que mantém diálogo com os líderes, não descarta uma intervenção no país.



EFE   
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