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Estados Unidos

EUA suspeitam que governo boliviano simulou trama terrorista

30 dez 2010 - 08h34
(atualizado às 11h43)
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Os Estados Unidos suspeitam que o governo boliviano simulou uma trama terrorista para matar o presidente Evo Morales e culpar à oposição, conforme dados revelados pelo WikiLeaks.

A informação divulgada pelo WikiLeaks e publicada na Espanha pelo jornal El País cita uma testemunha que garantiu a embaixada dos EUA em La Paz que os serviços de inteligência prepararam um falso complô para matar Morales e culpar à oposição.

Pelo relato, os fatos remontam à madrugada de 16 de abril de 2009, quando um comando da polícia boliviana irrompeu no hotel Las Américas de Santa Cruz. O resultado foi os "cadáveres seminus de três homens baleados em seus quartos", enquanto o comando prendeu dois sobreviventes.

De acordo com a informação do jornal, o governo sustentou que os cinco estrangeiros eram terroristas contratados pelos dirigentes opositores de Santa Cruz para impulsionar uma rebelião armada e assassinar Evo Morales. No entanto, uma fonte próxima ao caso ofereceu a embaixada americana uma versão muito diferente: "os mercenários foram contratados na realidade pelos serviços de inteligência bolivianos para montar uma falsa trama terrorista e justificar a perseguição suscitada depois contra os dirigentes de Santa Cruz, bastião opositor ao governo".

Por este relato de maio de 2009, os mesmos serviços secretos mataram Eduardo Rózsa Flores (húngaro-boliviano), Árpad Magyarosi (húngaro) e Michael Dwyer (irlandês) para "apagar pistas e semear provas falsas". Os outros dois, Mario Tadic (boliviano de origem croata) e Elod Toaso (húngaro), "sobreviveram porque não estavam sabendo do esquema e as autoridades os utilizariam como testemunhas para justificar a farsa".

Os dois foram torturados, como constatam os diplomatas americanos em fotografias apresentadas pelas testemunhas, e que mostram os dois homens "ensanguentados, com dentes perdidos, costelas quebradas e muitos machucados provocados por cortes de faca", detalhou o El País.

A Embaixada garante que não há como comprovar a versão, mas acrescentou que a fonte é uma pessoa bem situada e com uma trajetória solvente.

EFE   
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