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Europa

João Paulo II pediu a Thatcher solução para presos do IRA

29 dez 2010 - 16h40
(atualizado em 30/12/2010 às 11h12)
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O papa João Paulo II expressou à ex-primeira-ministra britânica Margaret Thatcher sua preocupação pelos presos do Exército Republicano Irlandês (IRA) que iniciaram greve de fome em uma prisão da Irlanda do Norte em 1980, segundo uma carta enviada pelo Pontífice divulgada nesta quarta-feira.

De acordo com a carta, o papa transmitiu à Thatcher, que governou a Inglaterra de 1979 a 1990, sua "profunda" preocupação com o estado dos prisioneiros e a situação de tensão na prisão, e pediu a ela que buscasse soluções.

"No espírito da chamada à paz e à reconciliação que fiz em Drogheda em minha visita à Irlanda no ano passado, desejo expressar minha profunda preocupação com as trágicas consequências que a agitação poderia ter para os próprios prisioneiros e também com as graves repercussões sobre toda a situação na Irlanda do Norte", escreveu João Paulo II.

"Peço a ela que considere pessoalmente possíveis soluções a fim de evitar consequências irreversíveis", acrescentou o documento do papa.

As origens do protesto dos presos do atualmente inativo IRA (que lutava pela independência da Irlanda do Norte do Reino Unido e sua anexação à Irlanda) fizeram com que o governo britânico decidisse tratar esses prisioneiros como criminosos comuns e não como presos políticos.

A eliminação da chamada categoria especial se estendeu a todos os paramilitares em março de 1980.

Entre os presos católico-republicanos, sete se declararam em greve de fome em outubro de 1980 em resposta à medida, e depois mais 23 participaram do protesto.

Thatcher respondeu a João Paulo II que tinha debatido a greve de fome com seus ministros e que eles constataram que estavam "firmemente resolvidos" a não tomar medidas que pudessem ser interpretadas como "uma concessão".

A greve de fome terminou no final de dezembro, mas em 1981 eles começaram outra que resultou na morte de 10 presos republicanos e gerou um aumento da violência na região.

A carta do papa a Margaret Thatcher se tornou pública nesta quarta-feira junto a outros documentos governamentais da época, em virtude de uma lei que permite divulgar arquivos secretos 30 anos após sua emissão.

EFE   
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