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Estados Unidos

Diplomatas britânicos questionaram Reagan como presidente dos EUA

29 dez 2010 - 16h26
(atualizado às 16h38)
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Diplomatas britânicos consideraram que Ronald Reagan carecia da "vitalidade mental" necessária para ser um presidente efetivo dos Estados Unidos, revelaram nesta quarta-feira documentos oficiais divulgados pelo Arquivo Nacional do Reino Unido.

De acordo com os documentos, a diplomacia britânica mostrou preocupação diante do que denominaram "erros atrozes" supostamente cometidos por Reagan durante sua bem-sucedida campanha eleitoral de 1980 à presidência americana.

Entre eles, foi mencionada a sugestão de Reagan para que os EUA respondessem a invasão soviética no Afeganistão com um novo bloqueio à Cuba.

Estes documentos governamentais se tornaram públicos nesta quarta-feira em virtude de uma lei que permite revelar documentos secretos guardados nos Arquivos Nacionais depois de 30 anos de sua emissão.

A informação mostra também que o então embaixador britânico nos EUA, Sir Nicholas Henderson, questionou a capacidade do ex-ator de Hollywood, de 69 anos, para ocupar a presidência americana.

"Ronald Reagan acredita que existem respostas simples (não confundir com fáceis) para problemas complexos", escreveu Henderson.

O diplomata indicou que "a principal preocupação, no entanto, não é somente sua idade, mas se conta com a vitalidade mental e a visão política necessárias para fazer frente aos problemas nacionais e internacionais, e governar este vasto e de forma alguma ingovernável país", disse.

De acordo com o conteúdo destes documentos, a ex-primeira-ministra britânica, Margaret Thatcher, era mais otimista a respeito.

Um diplomata indicou que a política "pensava que Reagan demonstraria ser um homem de paz. Teria uma liderança sólida".

Outro documento revela que espiões britânicos e americanos discutiam em segredo planos para armar combatentes mujahedins do Afeganistão semanas depois da invasão soviética.

A intervenção do Exército soviético no Afeganistão na noite de 24 de dezembro de 1979 pegou o Ocidente de surpresa.

No entanto, os documentos mostram que diplomatas de países ocidentais adotaram medidas para organizar uma "resistência islâmica" à ocupação russa.

Segundo os documentos, o então Secretário do Gabinete do governo britânico, Sir Robert Armstrong, disse que o apoio aos mujahedins deveria ser coordenado por aqueles chamados de "nossos amigos" - um eufemismo empregado pelo governo britânico para denominar os serviços secretos - e por outras agências de inteligência ocidentais.

Sir Robert fazia parte de um grupo seleto de diplomatas veteranos procedentes de Reino Unido, EUA, França e Alemanha - entre os quais também se encontrava o assessor nacional de segurança dos EUA, Zbigniew Brzezinski - que se reuniram em segredo em Paris em 15 de janeiro de 1980 para analisar a resposta do Ocidente à invasão russa.

EFE   
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